Lucas Chumbo: “A Nazaré hoje não [nos] deixou ter aquela Nazaré perfeita”
O balanço do dia que se esperava ser histórico na Nazaré
Elevaram-se as expectativas e criou-se alarido face àquela que seria possivelmente uma das maiores ondulações já registadas na Nazaré. Os big wave riders nacionais e internacionais, cedo apressaram-se a dirigir-se para a vila piscatória portuguesa para baterem recordes. Mas o mar é imprevisível e apesar de se estimarem previsões, às vezes troca-nos as voltas e decide por vontade própria. Amanhaceu com ondas gigantes e potentes, sim, mas não com o swell histórico que fecharia com chave de ouro a temporada e iria competir com a ondulação de outubro de 2021 e janeiro deste novo ano.
Segundo Lucas Chumbo “foi um dia gigante mas não foi o dia mais organizado”, disse em declarações à Surftotal. “A Nazaré hoje não deixou a gente ter aquela Nazaré perfeita, que tivemos em janeiro e pegamos altas ondas, ou o swell de outubro do ano passado. A expectativa tava muito boa, melhor do que aquilo que a gente pegou mas valeu muito a pena ter vindo, foi um dia incrível. Quarta vez que já estou na Nazaré este ano, então está bom”, referiu.
De acordo com o brasileiro esteve Fred David, marido da francesa Justine Dupont. “Estava grande, com certeza, pela água via muita pressão e massa de água mas não foi o maior dia de sempre e talvez nem tenha sido maior do que o swell de janeiro”. Quando lhe questionámos os motivos de estar em Portugal, respondeu que se deve ao facto de haver mais oportunidade de surfar ondas gigantes em solo português do que em França. “É por isso que viemos para cá, depois apaixonamos-nos pela Nazaré e ficámos”.
Também recolhemos o depoimento junto a Tony Laureano e ao pai, Ramon Laureano, que mencionaram o excesso de motas de água presentes no line-up. O jovem português fez duas ondas mas por uma questão de segurança, acabaram por abandonar o mar, tendo em conta que já dois jet-ski tinham chocado entre si.
A ondulação desordenada e o período muito alto não se traduziu nas condições que se ansiavam mas nem por isso deixou de prendar com ondas gigantes aqueles que as procuravam. “Mais um dia mítico na Nazaré. Queremos sempre aproveitar os dias realmente grandes, onde conseguimos ver as maiores ondas surfadas de cada atleta. Adoro ver esta superação pessoal das pessoas. Lá dentro aquilo é uma loucura”, disse António Cardoso, surfista e fundador do Nazaré Big Waves Sighting.