Manuel Mestre é alguém cuja reputação o precede, tendo sido um dos pioneiros do surf no Algarve. Este atleta local da Praia de Faro é antigo campeão nacional de longboard, um experiente treinador, e presidente do Surf Clube de Faro. Em 2016, recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Faro, um reconhecimento do seu papel activo no associativismo desportivo do concelho.

A política não é estranha a Manuel Mestre, tendo estado 12 anos na Assembleia da Freguesia, e 5 como deputado da Assembleia Municipal de Faro, a cumprir agora o segundo mandato pelo Movimento Partido da Terra. Agora, é candidato à Assembleia da República.

Foto: Joel Reis/Lufi Surf Co. 

Ecologia e combate à desertificação do interior entre as bandeiras de Manuel Mestre

O MPT, fundado em 1993, é um partido que se declara “humanista, ecologista e que tem a família - em todas as suas formas e expressões - como um pilar da sociedade”. Foi também o primeiro partido político em Portugal a defender as causas ambientais. Manuel Mestre carrega esses valores na sua candidatura, sendo que aspectos como a preocupação ecológica espelham muito bem a sua identidade – o longboarder tem no seu percurso diversas acções e iniciativas de protecção do meio ambiente que já contribuíram em muito para a limpeza de praias, e a sua carreira como surfista teve um papel importante nesse sentido. "A indústria do surf é poluente - produzir uma prancha de surf ou bodyboard tem mais contras do que prós", explica, mas há um contrabalanço vindo daquilo que "o que os surfistas fazem a nível de acções ecológicas, limpeza de praia e sensibilização da comunidade". Manuel Mestre tem "desde sempre" o hábito de sensibilizar a sua comunidade, e a sua preocupação com a poluição do mar e das praias é um resultado de "coabitar há 41 anos com o meio aquático".

A candidatura de Manuel Mestre tem um foco na luta pelo fim do desperdício alimentar, o combate à falta de água, a regionalização e a falta de mão-de-obra qualificada no Algarve. Também terá uma preocupação com o combate à desertificação do interior, fomentando o turismo nas áreas mais afetadas, e exercendo uma política de habitação mais acessível que permita a fixação de famílias, a construção do Hospital Central do Algarve e de uma ligação ferroviária entre Portugal e Espanha.

O candidato considera “fundamentalmente necessário termos uma política mais humana, próxima, com conhecimento de causa e trabalho no terreno”, aspectos que, na sua visão, credibilizam “a tão descredibilizada figura política e nos aproxima dos reais valores da democracia”.