2.ª paragem do Challenger Series com 160 atletas da WSL (após o US Open):

Alguns dos melhores surfistas do mundo estão de volta a Ribeira d’Ilhas na Ericeira, para aquela que é 2.ª paragem do Challenger Series. Depois da primeira etapa, na Califórnia, é a vez de Portugal receber de 2 a 10 de outubro, uma das quatro provas que vão definir os surfistas que se qualificam o Championship Tour (CT) do próximo ano. Em prova estarão 160 atletas, entre eles mais de uma dezena de surfistas do CT, o que torna a competição ainda mais apetecível, não se tratasse já de um palco com ondas de classe mundial.

Frederico Morais, Top 10 do Mundo estará presente:

Entre os surfistas está Frederico Morais, que terminou este ano no 10.º lugar do ranking mundial, alcançando o melhor resultado de sempre de um surfista português e que assim compete na Ericeira sem qualquer pressão de qualificação.

“Sem dúvida que este é um sentimento diferente. Os últimos campeonatos que fiz aqui sem ser o Meo Portugal Cup of Surfing que era uma prova especial, foi sempre à procura de resultados, de pontos, de me querer qualificar, e pela primeira vez, já estou qualificado para o próximo ano e posso surfar livremente”, começou por dizer Kikas.

 Ainda assim, o surfista do Guincho acrescentou que não é por isso que não vai querer sair-se bem na prova.

“Ainda assim, vou sempre querer fazer um bom resultado e brilhar em frente ao público português e aos nossos amigos mais chegados”, disse Frederico, que não surfa em Ribeira d’Ilhas desde o Meo Portugal Cup of Surfing, prova de preparação para este ano que agora termina e prova em que saiu vencedor, batendo Ítalo Ferreira na final.

Campeão Olímpico, Italo Ferreira estará presente, entre outros do CT:

O brasileiro que também vai participar nesta etapa da Ericeira e que vem, quem sabe, à procura da desforra. O surfista que este ano alcançou a medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos do Japão chegou à final em 2014, no Mundial de Juniores, mas perdeu para Vasco Ribeiro, e no ano passado, nesta prova não oficial de Countdown da WSL para o arranque da época, viu Kikas levar a melhor.

Outro dos surfistas do CT presentes na prova será Michel Bourez. O surfista de 35 anos, natural do Tahiti, Polinésia Francesa, está atualmente na 28.ª posição do ranking, mas esperançoso para o que aí vem. Para se qualificar tem de terminar o Challenger Series no top12: “O swell está a chegar e basicamente quem gostar de ondas maiores, de direitas, vai destacar-se aqui na Ericeira. Vai haver muitas ondas, e muito por onde escolher. Vamos ter em competição muitos surfistas que serão o futuro do surf mundial, e é um prazer estar aqui e surfar com eles. E espero, claro, terminar no top que dá acesso à qualificação”, disse o surfista, que se qualificou para o CT pela primeira vez em 2008, e que desde então não saiu da elite do surf mundial.

64 Mulheres competirão no Challenger Series Feminino:

Além dos 96 atletas em prova na competição masculina, haverá ainda 64 surfistas na prova feminina. Entre elas a portuguesa Teresa Bonvalot, que teve um ano bastante positivo. “Alcancei a minha primeira vitória no QS na Costa de Caparica, logo de seguida fui para os ISA World Surfing Games com a seleção, trouxe o 3º lugar, fui aos Jogos Olímpicos... no princípio diziam que seria muito difícil, mas Portugal teve uma representação inacreditável. E isso tem a ver com esta aposta que se faz por cá no surf há já vários anos”, começou por dizer a surfista de Cascais.

Quanto à prova em Ribeira d’Ilhas, Teresa mostrou-se muito feliz por voltar a competir em Portugal.

“Sabe tão bem competir em casa. A previsão está muito boa, mais uma vez Portugal surge a dar o seu melhor. Sobre o Challenger Series: o objetivo continua o mesmo, é juntar-me ao Kikas no CT. Tem sido um sonho sempre. Mas acima de tudo, o mais importante para mim, é que faço o que mais gosto, divirto-me imenso a surfar”, concluiu.

Três surfsitas femininas do CT estarão em Ribeira D'Ilhas:

A prova feminina vai contar com a presença de três surfistas do CT. Entre elas está a australiana Keely Andrew (além de Brisa Hennessy e Macy Callaghan). “É a segunda vez que participo numa prova na Ericeira. Participei no Mundial de Juniores em 2014 e todos os anos que venho a Portugal para o CT passo por aqui. É tão bonito, as pessoas são tão simpáticas, a comida é ótima. E quando vi o evento no calendário, claro que quis logo vir”, afirmou a surfista de 26 anos que está atualmente na 11.ª posição do ranking e que, para se qualificar, tem de terminar no top6. “As ondas parecem estar ótimas, estou muito entusiasmada, as mulheres têm surfado tão bem, estou ansiosa pelo primeiro heat e por apanhar boas ondas”, referiu ainda Keely.

Haverá um total de 9 Portugueses em prova: 

O MEO VISSLA PRO ERICEIRA vai contar no total com 9 portugueses. Na prova masculina juntam-se a Frederico Morais, Vasco Ribeiro, e os wildcards Tomás Fernandes e Afonso Antunes. No feminino, Teresa Bonvalot terá a companhia da campeã nacional Francisca Veselko, Yolanda Hopkins (que fez um 5.º lugar nos Jogos Olímpicos e terminou recentemente em 9.º na 1.ª etapa do Challenger, na Califórnia), a wild-card Mafalda Lopes, e ainda Carolina Mendes.

Evento coincide com a celebração dos 10 anos da reserva mundial de surf da Ericeira:

O palco da competição está em destaque por celebrar este ano 10 anos de Reserva Mundial de Surf. São 11 quilómetros de costa de uma onda de classe mundial, tal como destacou a vereadora da Câmara Municipal de Mafra, Célia Fernandes. “É uma honra para nós garantir que a Ericeira possa ser palco de eventos internacionais da qualidade deste. E queremos que, daqui a 100 anos, este local seja igualmente prazeroso como é hoje. Já muitos disseram que é a sala de visitas do surf e queremos ser um exemplo de sustentabilidade em termos internacionais. Os surfistas são os guardiões desta reserva mundial de surf, e por isso a eles também cabe cuidar da Ericeira, destas ondas e tornar deste cantinho o melhor do mundo”, referiu a responsável.

E é mesmo um cantinho que tem atraído turistas por todo o mundo. Lídia Monteiro, diretora do Instituto Turismo de Portugal, destacou isso mesmo. “Do ponto de vista internacional, hoje Portugal é o destino mais pesquisado como destino de surf”, afirmou, sinalizando ainda os 13 anos de relação entre o Turismo de Portugal e a WSL. “Em Portugal mais de 90% dos eventos têm provas simultaneamente masculinas e femininas, o que significa que coincidimos com a WSL em vários propósitos: o da Igualdade de Género é um deles, bem como o da sustentabilidade e preservação dos mares”, referiu.

E por isso, o tema da sustentabilidade estará também presente numa iniciativa que liga o Turismo de Portugal e a MEO. Chama-se “The Unwanted Shapes” e é uma competição em que os shapers puderam criar pranchas com o lixo deixado pelo Covid nos mares. “Este é um projeto que nos orgulha e que vai já na segunda edição”, começou por explicar Miguel Guerra, diretor de patrocínios da MEO. “Começou com um projeto nacional e tornou-se internacional. Como resultado disso temos 8 verdadeiras obras de arte, 8 pranchas que mostram o trabalho que foi feito com lixo que não queremos ver nos oceanos. Foi uma iniciativa de sucesso”, concluiu. Os vencedores do concurso vêm de Portugal, Reino Unido, França, Itália e EUA e durante a competição haverá um espaço expositivo com as pranchas, bem como um heat especial.

Derek O'Neill CEO da VISSLA tem uma paixão profunda pela Ericeira :

Além da MEO, também a VISSLA dá nome à prova. O australiano Derek O’Neill, CEO da marca, e antigo surfista, confessou que a paixão pela Ericeira já é antiga. “Já venho à Ericeira desde 1989, surfei três diferentes eventos profissionais aqui. Diverti-me muito. A Ericeira é uma das verdadeiras vilas do surf em todo o mundo. Adoro vir aqui, sabe muito bem”, disse. “Enquanto CEO da VISSLA, nós somos uma verdadeira marca de surf e queremos estar nos locais dos grandes eventos. Este é o maior evento na Europa dos últimos 2 anos. Estamos muito felizes por fazer parte deste evento. Portugal é um país de surf. As ondas aqui são fantásticas,” concluiu Derek O’Neill.

Em concordância com as palavras do CEO da VISSLA, Francisco Spínola, diretor geral da WSL para a Europa, África e Médio Oriente, reforçou a importância da Ericeira no mapa do surf internacional. “É uma pérola mundial, a Ericeira tem, neste curto espaço de costa, ondas de classe mundial. Nunca esquecer que nós, os surfistas, somos os guardiões do oceano mas, se não tivermos a ajuda de quem está responsável pelas praias, não podemos fazer nada. E temos tido essa ajuda. No Turismo de Portugal foram os primeiros a acreditar em nós. E aqui estamos há 13 anos a trabalhar em conjunto. Têm tido um papel fundamental em posicionar Portugal como o país do surf mais importante da Europa, como centro do surf europeu, e um dos principais países para a WSL a nível mundial”, disse Francisco Spínola no encerramento da conferência de imprensa.

Ao longo dos oito dias de evento haverá ainda, em Ribeira d’Ilhas, o habitual espaço Moche Impact Zone, com demonstrações de skate todos os dias. E além disso, decorrerá ainda a 1.ª edição das EDP Surf for Tomorrow Night Sessions, uma ação de surf à noite que contará com surfistas do evento. A data será definida consoante as condições. Serão quatro heats e as vagas são limitadas a quatro surfistas por heat, duas mulheres e dois homens. Este evento terá como júri um painel internacional de jurados da WSL, que vão decidir qual o melhor surfista masculino e feminino das EDP Night Sessions. A prova conta com um prize-money de 3.000 euros (1.500 para o surfista masculino e 1.500 para a surfista feminina). A EDP vai ainda marcar presença no campeonato com foco na sustentabilidade compensando a pegada carbónica dos 160 surfistas que participam no evento.  

A chamada para o MEO Vissla Pro Ericeira está agendada para amanhã, dia 2 de outubro, às 7h30, para avaliação das condições.