Subida do nível do mar poderá afectar Portugal já em 2030
Lisboa, Aveiro e Figueira da Foz podem ficar parcialmente submersas até 2030.
O novo relatório dos especialistas do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) consiste em mais de três mil páginas e cinco cenários possíveis, todos eles apontando para o facto de que alguns dos efeitos do aquecimento global vão persistir durante “séculos ou milénios”.
Se se mantiver o actual ritmo das emissões de gás com efeito de estufa, a temperatura global subirá 2,7 graus até 2100; a quantidade de dióxido de carbono absorvido pelas florestas, solos e oceanos vai diminuir ao longo do século; e o nível do mar vai subir.
É possível é que haja um aumento de dois metros no nível dos oceanos até 2100. Na melhor das hipóteses, esse aumento pode ser adiado até 2300, mas isso é, mesmo assim, o dobro do que foi projectado em 2019.
A crise climática já está aqui
2300 e mesmo 2100 podem parecer datas muito distantes, mas esta nova ferramenta da NASA permitiu à Multinews fazer uma análise que mostra que a subida dos oceanos pode ter consequências graves para Portugal nos próximos 9 anos - Lisboa, Aveiro e Figueira da Foz podem ficar parcialmente submersas até 2030.
Impacto da subida dos oceanos nas ondas
Num artigo de 2019, Stefanie Sekich-Quinn explica que a subida do nível dos oceanos vai impactar toda e qualquer actividade realizada nos mares. Quanto ao caso específico do surf, a forma e tamanho das ondas pode mudar em beach breaks, e em reef breaks as ondas podem mesmo simplesmente desaparecer.
A comunidade surfista, bem como todas as comunidades que vivem, de alguma forma, do mar, têm, por isso, uma responsabilidade acrescida em estar na linha da frente no que toca ao combate às alterações climáticas.