No lançamento do seu livro, Lobo do Mar, no passado fim de semana, Garrett McNamara comentou que ajudará Portugal a tentar garantir uma medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 na condição de embaixador da equipa olímpica nacional de surf.

A afirmação, por mais honesta e altruísta que possa ter sido, e nós acreditamos que foi; não foi bem acolhida pela comunidade do surf nacional, nem por alguns dos seus mais altos dirigentes. De norte a sul, as vozes levantaram-se contra a vontade do emblemático surfista norte-americano. 

Sobre o aceso tema, João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, comentou que os atletas portugueses “têm todas as caraterísticas e potencialidades para se tornarem nos porta-vozes e embaixadores do surf português no contexto internacional. Além deles, a nossa equipa técnica está mais do que completa e tem feito um trabalho incrível e com resultados excelentes a nível internacional”; dando assim a entender que Garrett não terá lugar na equipa portuguesa (como embaixador). 

Hoje mesmo, Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, deu uma entrevista ao jornal A Bola e mostrou estar em consonância com o seu homólogo federativo. Na peça publicada, o presidente da ANS refere "erros crassos das entidades governamentais" e não deixa de questionar por que razão, embora as qualidades do norte-americano sejam reconhecidas em cenários de ondas grandes, seria alguma vez McNamara embaixador da Seleção Nacional?

"Oponho-me em absoluto. É um excelente surfista de ondas grandes, mas a sua experiência fica nesse âmbito. Em nenhum lugar do mundo, incluindo Portugal, é reconhecido na competição. Quando falamos em campanha olímpica, estamos a referir-nos ao sentido mais puro do desporto, no qual estamos altamente bem servidos, com Frederico Morais, Vasco Ribeiro, Teresa Bonvalot e Tiago Pires. Têm qualidade própria e são os naturais embaixadores de Portugal,” justificou Francisco Rodrigues que discorda de uma eventual nomeação do americano para essa função. 

Desde o fim de semana que a afirmação de GMac tem vindo a ser criticada pelas redes sociais, nomeadamente no Facebook, gozando de comentários bem acesos que fazem crer que os surfistas portugueses não querem a ajuda e nem querem ver o emblemático big wave rider, que bateu o recorde mundial numa onda portuguesa, a representar a seleção portuguesa. 

Um tema polémico que, por agora, vê os ânimos acalmarem com os dois dirigentes máximos do surf nacional a mostrarem-se na mesma linha de pensamento da restante comunidade de surfistas. 

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>> RECORDA AQUI A ENTREVISTA COM GARRETT MCNAMARA.