Durante um bom tempo a vida de Bruno Hansen foi como a de qualquer surfista. Ele cresceu na África do Sul, junto à praia, e passava os dias a pescar e a surfar. A determinada altura, conheceu uma miúda e embarcou numa viagem à volta do globo, terminando como skipper num barco na Indonésia. A vida que todos gostaríamos de ter. 

Mais tarde, em 1998, quando tinha 27 anos, foi apanhado no meio de um assalto e acabou por se ver envolvido num acidente automobilistico. Fraturou a coluna e acabou por ficar paralizado da cintura para baixo. Nunca mais poderá andar foi o veredicto dos médicos. 

Bruno tentou imediatamente pôr um fim à vida. Remou para o outside num dia de poucas ondas e deixou-se cair da prancha, na esperança de morrer afogado no fundo do oceano. Acontece que, sem saber como, foi devolvido à praia por uma pequena onda cuja espuma, como ele próprio refere, “devia ter uns 20cm”. 

A início ficou meio baralhado e não percebeu por que tal havia sucedido, mas o episódio serviu para se religar com vida e fornecer-llhe a força suficiente para passar a enfrentar o dia a dia como paraplégico. 

Bruno voltou à água e aprendeu novamente a surfar e a mergulhar. Velejou para Moçambique e a Tailândia onde sobreviveu ao trágico tsunami de 2004. Tornou-se campeão mundial nos Campeonatos Mundiais de Surf Adaptado promovidos pela International Surfing Association em setembro do ano passado na Califórnia. 

O próximo passo é voltar a andar. E para isso precisa de um par de pernas biónicas (aqui) que custam uma pipa de massa. Para tal os seus amigos iniciaram um crowdfunding (aqui) para que este seu próximo sonho não passe disso mesmo. 

Se a história de vida de Bruno Hansen não te inspira, então é porque não há esperança para ti.