A WORLD SURF LEAGUE TRADUZIDA EM ONDAS E DINHEIRO
Estudo revela que cada onda feita por Mick Fanning no Tour de 2015 valeu nada mais nada menos que 1398 dólares…
O pessoal da Empire Ave pegou nos números da World Championship Tour da World Surf League em 2015 e traduziu-os em várias estáticas e gráficos que nos dizem, em concreto, quantas ondas apanharam os surfistas da elite mundial ao longo do ano. E o melhor de tudo, quanto vale (em dólares americanos) cada uma das ondas que correram nas várias provas.
Entre as onze etapas que tiveram lugar, um total de 2405 ondas foram surfadas por dez surfistas escolhidos especificamente para o estudo (Adriano de Souza, Mick Fanning, Gabriel Medina, Filipe Toledo, Owen Wright, Ricardo Christie, Matt Wilkinson, CJ Hobgood, Glen Hall e Brett Simpson).
A etapa do Rio de Janeiro levou a melhor com os dez surfistas a apanharem 288 ondas entre eles. Em segundo lugar aparece outro beach break, Supertubos, com 287 ondas. Nos últimos lugares da tabela estão Fiji, com 178 ondas, e Margaret River, com 135 ondas, com apenas cinco surfistas a apanharem mais de 10 ondas.
- O campeão mundial Adriano de Souza foi um dos que recebeu mais prize-money, mas que viu a média estragada devido ao elevado número de ondas feitas. Foto: WSL
Entre a dezena de competidores do estudo, Gabriel Medina revelou-se uma verdadeira máquina, apanhando 370 ondas na última temporada. Só para terem uma ideia, a média anual foi de 218 ondas por surfista. Mick Fanning ficou-se pelas 267 ondas, enquanto Brett Simpson apenas fez 141, ficando no último lugar da lista. Fruto, quiçá, de menos presenças em heats.
No que toca a prémios, Filipe Toledo foi o campeão. O brasileiro arrecadou perto de 400 mil dólares, mas uma grande parte desse dinheiro vem de três vitórias (Gold Coast, Rio Pro e Moche Rip Curl Pro Portugal). Portanto, nos restantes oito eventos ele apenas recebeu 97 mil dólares. Mick e Adriano ocupam a segunda posição, com 375 mil, enquanto Medina, que terminou a temporada em terceiro lugar, apenas recolheu 248 mil. Glen Hall e Brett Simpson apenas receberam 105 mil USD, o que nem é muito se tivermos em conta o custo das deslocações, estadias, alimentação, etc. Fica até a questão no ar se esse valor cobrirá por inteiro todas as despesas?
- O australiano Owen Wright em ação durante o World Tour 2015. Foto: WSL
Entre os vários quadros contemplados no estudo, houve um que nos chamou particular atenção e que se prende com o valor que poderá ser atribuído a cada onda surfada. Basicamente, pegou-se no número total de ondas corridas por cada atleta, bem como no dinheiro ganho, e fez-se uma simples divisão. E neste campo é Mick Fanning quem surge em primeiro, com uns impressionantes 1398 dólares por onda. Podem argumentar e dizer o que bem vos interessa, mas na verdade foi este o valor encontrado para cada onda feita pelo tricampeão mundial.
Já Glen Hall, em último lugar da tabela, recebeu apenas 616 dólares, o que até nem é nada mau, enquanto Matt Wilkinson, Ricardo Christie e CJ Hobgood se fixaram um pouco mais acima, entre 620 e 640 USD. Por outro lado, Toledo, Medina e Adriano, que arrecadaram somas avultadas em prémios monetários, viram a média ser estragada pela enorme quantidade de ondas apanhadas. Só Toledo apanhou 309 ondas, mas isto não significa que quem faz mais ondas é quem vence. O valor mais baixo neste campo coube a Ricardo Christie (350 dólares por onda), na etapa portuguesa, enquanto o mais alto ficou com o atual campeão mundial (2777 dólares por onda), Adriano de Souza, na etapa de Margaret River.
Em baixo, deixamos toda a informação e o contexto que serviu de base ao estudo/estatísticas. Uma coisa, no entanto, é de salientar: ter uma profissão onde se faz o que gosta e que cada onda executada se traduz em cerca de 1400 dólares não é algo que todos se possam orgulhar. Até apetece dizer: e viva o surf!