Depois de uma temporada muito atribulada em 2015, que pelo meio contou com um muito noticiado ataque de tubarão e a morte do irmão quando disputava o título mundial em Pipeline, Mick Fanning decidiu afastar-se da competição a tempo inteiro, competindo apenas este ano em alguns eventos do World Tour como Snapper Rocks, Bells Beach e talvez até em Jeffreys Bay.

Foi hoje, logo às primeiras horas da manhã, que a World Surf League revelou a entrevista com o tricampeão mundial. O australiano resolveu tirar um ano para ele próprio, justificando que “O ano passado foi definitivamente intenso. O que aconteceu em J-Bay, estando a lutar pelo título e a morte do meu irmão durante Pipe. Houve tanta coisa a acontecer que eu cheguei a um ponto, no final do ano, em que me senti vazio. Eu não senti que tivesse muito mais para dar.”

Portanto, para esta temporada Fanning decidiu apenas abrandar o ritmo e gozar mais a vida, de forma mais relaxada. “Quero apenas reagrupar-me e reacender o fogo. A esta altura, vou competir em Snapper e em Bells e a partir daqui vou tirar algum tempo. Estes são dois eventos que adoro e sei que ficaria louco se não competisse em Snapper. E Bells é como uma segunda casa para mim. A partir dai sinto que tenho que me afastar do circuito para perceber em que pé estou”, esclareceu.

- Foto: WSL/Poullenot

Sobre a etapa de Jeffreys Bay e o incidente do ano passado, em julho, o vice-campeão mundial em 2015 adiantou que deseja regressar: “Sinto que há por lá qualquer coisa que tenho que enfrentar. O primeiro desafio vai ser surfar a primeira vez. Muito provavelmente já não surfarei muito cedo nem muito tarde, mas penso que depois de surfar duas ou três vezes tudo ficará bem.”

Após 15 anos entre a elite mundial, com 21 triunfos em eventos e 3 títulos mundiais somados, o veterano surfista prepara-se agora para fazer uma pausa. Em todo o caso, o próprio afirmou que não quer virar costas ao Tour e mantém o objetivo de se requalificar para 2017, nem que seja a fazer um punhado de provas e sem recorrer à atribuição de wildcards de forma a não criar problemas ou confusão à WSL.

Da nossa parte resta-nos esperar que este incrível surfista e ser humano não fique afastado muito tempo das lides competitivas… e que a “chama” volte o mais rapidamente possível. Um bem haja Mick! 

VÍDEO DA ENTREVISTA AQUI

- Foto: WSL/Poullenot