Nem só no Havai a World Surf League encontra alguma resistência local às provas que organiza. O grupo Cape Big Wave Trust (CBWT)votou de forma unânime a recusa em ter Dungeons - um pico na Cidade do Cabo na África do Sul - como parte integrante do Big Wave Tour, o circuito de ondas grandes da World Surf League. Recorde-se que apesar de fazer parte do circuito a prova não se realizou este ano.

O porta-voz do CBWT, Barry Futter, explicou ao site local WaveScape o porquê desta decisão drástica. “Não existe um sistema de qualificação claro e de confiança, o que significa que surfistas com maior exposição mediática são escolhidos no lugar de outros surfistas - melhores - de outras zonas como menos destaque. Isto significa que no caso de se realizar a prova, um surfista sul africano, mais capaz, pode ficar de fora a ver surfar outro mais popular nas redes sociais de outro local do mundo”, começou por dizer.

“Tendo em conta que apenas conseguimos surfar aqui entre cinco a dez vezes por ano, é difícil de engolir. Mesmo que um sul africano se desse bem na prova de Dungeons, achamos pouco provável que consiga entrar em qualquer outra prova das mais importantes, como Jaws. Tivemos dias mágicos de surf aqui recentemente, e lembrámo-nos que o que temos aqui é o paraíso e ‘prostitui-lo’ para ter publicidade nos media (sem ganhos financeiros) seria um pecado. O sonho de todos os surfistas é poder estar na água com ondas perfeitas, boas vibrações e sem crowd. Não queremos o ‘hype’, o crowd ou as políticas que estas competições trazem, em particular quando não são sustentáveis a longo termo e não trazem recompensa para ninguém.”.

Esta decisão surge também como consequência da redução de 6 para 4 wildcards que a WSL atribuiu aos locais nos últimos eventos em Dungeons, e as queixas são em tudo semelhantes às dos havaianos, que surgem muitas vezes pela voz de Eddie Rothman. Veremos com termina esta história nos próximos tempos.

Grant Baker em Dungeons