São vários os artigos que abordam esta possibilidade em diferentes media especializados. Num recente da Tracks, vários testemunhos apontam para a possibilidade de a crescente profissionalização do desporto e os custos associados a esse crescimento venham a culminar em termos transmissões de alguns eventos pagas por nós, os consumidores.

A WSL espera renovar a ‘fé’ dos grandes patrocinadores, como a Quiksilver e a Billabong, e voltar vê-los injetar dinheiro a sério. Para o efeito reduziram o custo de licenciamento de um evento WCT de 3 para 1 milhão de dólares. Também na rota da profissionalização, os competidores vão também receber mais dinheiro. Em suma, o surf profissional está a tornar-se um negócio muito sério, e a envolver muito dinheiro.

E é neste sentido que surge a especulação em torno de um possível custo para os fãs - o consumidor final deste produto. “Enquanto observava o espetáculo perfeito de Teahupoo no meu computador… tive um pensamento: alguém tem de pagar por isto”, afirmou o jornalista australiano Tim Baker.

A ZoSea (a nova proprietária da WSL), continua - por agora - a não avançar com essa possibilidade (do sistema pay-per-view). Por agora. O antigo CEP da ASP, Brodie Carr, estima que o desejo da ZoSea tomar conta de todos os acordos de licenciamento, diretos dos eventos e operações, podem custar à empresa algo com 25 milhões de dólares por ano. Para lucrar depois de gastar, a ZoSea espera que as marcas entrem na jogada.

Especula-se que um possível acordo de patrocínio entre a Red Bull e a WSL terá falhado no final do ano passado, e que como resultado a ZoSea já estará ‘no vermelho’ com uma dívida de 30 milhões por ano. E levanta-se a questão: vai ser possível continuar a oferecer transmissões grátis de grande qualidade?

Carr acredita que isso pode mudar. “Vão existir alguns eventos grátis, mas os eventos de topo serão em sistema pay-per-view”, defende. “Veremos a blogosfera em polvorosa, mas se recebes ouro, tens de dar um bocado de prata”, afirmou. A questão vai ser quanto estaremos dispostos a pagar? Ou estaremos de todo? O crescimento da indústria promete grandes mudanças e os próximos tempos dirão para onde caminha.