NATHAN FLETCHER RECORDA WIPEOUT QUASE FATAL NO CHILE segunda-feira, 18 agosto 2014 09:06

NATHAN FLETCHER RECORDA WIPEOUT QUASE FATAL NO CHILE

“Durante três ondas estive preso nas rochas, submerso e a ‘levar na cabeça’”.

 

Nathan, oriundo de uma família com fortes ligações ao surf, é um dos mais respeitados surfistas de ondas grandes do mundo. Mas mesmo os melhores - ou melhor, principalmente estes - estão sujeitos a alguns momentos em que os sustos fazem pensar duas vezes sobre os riscos que correm cada vez que enfrentam ondas gigantes.


Numa viagem ao Chile, a propósito da filmagem do novo filme da Vans “Get-N Classic Vol. 3”, aconteceu um desses episódios. E Nathan, em declarações ao site Grind TV, relata na primeira pessoa como foi o perigoso wipeout.


“Fui de cabeça em direção às rochas. Não chegámos a ver a onda da praia, só no outside, por isso não sabia bem o que se passava no inside. De onde estava, parecia excelente. Mas depois do wipeout, puxei a corda do meu colete insuflável e fui arrastado vários metros. Quando finalmente vim à tona, estava a apenas dois ou três metros das rochas que se erguem para fora de água até seis metros. Quando tentava agarrar a prancha e vi uma espuma gigante na minha direção tirei o leash instantes antes de ‘levar’ com a onda e fui arrastado através das rochas - boom, boom, boom. Estava preso ali e não conseguia vir respirar durante três ondas”, começou por contar.


“Nesta altura estava quase inconsciente, a ver ‘a luz’… Comecei a lembrar-me do Sion (um surfista de ondas grandes que morreu em Mavericks, e cujo corpo foi encontrado por Nathan), da minha namorada que está grávida e do pessoal que estava no barco. Não queria que passassem o que eu passei com o Sion. Só pensava ‘Sou mais forte do que isto. Só preciso de relaxar e deixar-me ir. O que acontecer, aconteceu’. Quando dei por mim estava numa rocha, a mais alta de todas, e estava vivo. Tive de ficar ali deitado uns 10 minutos até recuperar. Nesta altura ninguém sabia onde eu estava e todos pensavam que me tinha afogado.  Finalmente levantei-me e acenei para o pessoal, mas não conseguia ir ter com eles porque estava exausto. Eles tiveram de vir de barco apanhar-me, e no final das contas tinha partido algumas costelas, fiz uns arranhões na cabeça e no rabo… Quando cheguei à areia e observei as ondas, não podia acreditar no que tínhamos feito. Se tivéssemos observado as ondas daquela perspectiva, nunca teria surfado ali”, garantiu Nathan.


O atleta admite que a paternidade o fez repensar a abordagem às ondas gigantes. “Podes crer que sim. Não entrei na água durante dois meses porque tinha as costelas partidas, a Maya Gabeira quase morreu na Nazaré, quando voltei a surfar, o Kirk Passmore morreu nessa sessão. Nessa mesma noite nasceu o meu filho. Obviamente hoje em dia sou mais cauteloso.  Não vou mudar a minha forma de viver, mas sigo o mais o coração do que o meu ego - essa é a batalha”, finalizou.

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