A introdução dos catamarãs na travessia do Rio Tejo entre o Barreiro e Lisboa trouxe a um grupo de amigos a realização de um sonho. Estes moradores do Barreiro, não tendo o mar à porta de casa, passaram a ter acesso a ondas mesmo assim, visto que os catamarãs, mais rápidos e potentes, alteraram o fundo do rio e, depois de muita observação e análise, trouxeram o surf àquelas águas. É uma história com mais de doze anos, mas retrata um espírito de aventura, camaradagem e persistência intemporal e típico do surf. 

 Este grupo de amigos tem uma história de décadas de uma amizade fortalecida por estas ondas do Tejo. As surfadas contam com, muitas vezes, com a colaboração de quem comanda o barco que, vendo os apelos dos surfistas, aumentam a velocidade para criar melhores ondas. As surfadas, claro, têm horário marcado e dependem da passagem dos barcos, sendo que o momento alto do dia é a hora de ponta. Por essa hora, chega a parecer o mar - quem o diz é Marcos Anastácio, amigo do grupo que também foi conhecer as ondas do Tejo. 

Doze anos depois de ter sido realizada esta reportagem, vários surfistas já estão bem familiarizados com as ondas do catamarã. Mas não deixa de ser um surf spot curioso e fora do comum.