Está a circultar uma petição, lançada pela Save The Waves Coalition, que exige que seja realizada e divulgada uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) do projeto de construção de um muro nas falésias de Uluwatu. A petição tem 8.575 assinaturas, e pretende chegar a um total de 10.000.  Em causa está a proteção de um "lugar incrivelmente mágico onde ondas "de classe mundial, um ecossistema marinho biodiverso, e culturas modernas e antigas se combinam ao longo de imponentes falésias de calcário que dominam o Oceano Índico". 

Uluwatu é casa de várias ondas de "qualidade e consistência", que "atraem surfistas de todo o mundo", como The Racetrack, The Peak, Temples, Outside Corner e The Bombie. É por isso que a comunidade surfista está particularmente investida nesta polémica, que vê ameaçado o ecossistema marinho de Uluwatu "pela construção de uma estrada de serviço e um muro de contenção ao longo da base das falésias, a sul dos principais picos de surf de Uluwatu". A estrada "constitui a primeira fase de um projecto para reforçar as falésias sob o Templo Pura Luhur Uluwatu".

Apesar de reconhecer a importância espiritual e cultural do Templo Pura Luhur Uluwatu para o povo balinês, e de compreender a necessidade de o proteger, a Save The Waves Coalition mostra preocupação "com os potenciais riscos ambientais que este projeto pode representar para o ecossistema marinho e de surf circundante". Até onde se sabe, "não foi realizada qualquer Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para este projeto de estrada", tornando-se "impossível avaliar como o ecossistema biodiverso de Uluwatu pode ser afetado". 

Biodiversidade e ondas em risco

Os recifes de Uluwatu "também suportam uma rica variedade de vida marinha, incluindo dugongos, cobras marinhas, tubarões de recife, tartarugas marinhas e uma grande diversidade de espécies de peixes de recife", tendo havido até um "avistamento de orcas na área" - não se conhece o impacto que este projeto terá na subsistência de todas estas espeécies. Além disso, "é importante avaliar se este projeto terá algum impacto na qualidade das ondas", visto que estas geram muito turismo na zona.

"Num estudo de surfonomics realizado em 2014 pela Save The Waves com parceiros de conservação, constatámos que mais de 240.000 surfistas visitam Uluwatu anualmente, contribuindo com 35 milhões de dólares (USD) para a economia. Sem uma AIA, o impacto potencial do projecto nas ondas de Uluwatu permaneceria desconhecido até após a sua conclusão".

A Save The Waves considera "preocupante que este projecto esteja a avançar sem a análise adequada e sem transparência pública relativamente aos potenciais riscos para o ambiente e para o surf, especialmente numa área tão sensível e biodiversa". Por isso, exige que uma AIA seja "realizada e apresentada ao público para que as implicações ambientais do projeto sejam totalmente compreendidas". 

A petição pode ser encontrada através deste link.