O basco Gonzalez é um dos mais reconhecidos e destemidos Big Riders de Espanha, ficou mundialmente famoso, quando se destacou largamente no line up em Puerto Escondido, a 13 de maio de 2015, data do maior swell alguma vez surfado em Zicatela.

A partir dessa data, as maiores surfadas do Natxo começaram a aparecer constantemente nos principais sites e publicações de Surf no mundo inteiro, fosse em Mundaka, Meñakoz ou Rokaputa, em Euskadi ou no estrangeiro como por exemplo na Nazaré, Puerto Escondido, Jaws, Chile ou Irlanda.

Natxo Gonzalez, além de Big Rider, também é um Tube Rider de excelência

Foram anos em busca das maiores ondas do mundo e a participar nos principais campeonatos de ondas grandes, mas de repente tudo parou.

A razão para a sua ausência foi uma sequência de lesões cerebrais durante o ano de 2021.

A primeira foi em maio quando estava a surfar em Puerto Escondido, Natxo descreveu a experiência da seguinte maneira:

“Estava a surfar ondas grandes com um 9’6” e pensei que seria o melhor tubo da minha vida. Estava a bombear através do tubo quando a espuma me atingiu com tanta força na cara que quase desmaiei."

Natxo a surfar o mítico swell de 13 de maio de 2015

Natxo acabou por ter dores de cabeça, vómitos e tonturas e no mês seguinte teve uma sensação estranha. Deixou de surfar durante um ou dois meses e parecia melhorar.

Continuou a viajar e a surfar, até uma sessão na Nazaré em novembro com Twiggy Baker. Foi aí que aconteceu a segunda lesão.

No alto mar, remando, e após não ter apanhado uma bomba, dropou a para a próxima que veio, caindo de cabeça e costas. Primeiro teve tremores, depois ficou cego, até que Twiggy o resgatou no jet ski.

Natxo a fazer montanhismo aquático na Praia do Norte

Durante três dias houve visão turva, vómitos e dores de cabeça, e isso continuou durante dois meses. Nessa altura não tinha informações suficientes e não levou isso tão a sério como deveria. Descansou e voltou a surfar depois de alguns meses. Chegou a ganhar o Quemao Class em 2022, mas nem assim ficou contente. Foi então que começou a notar uma sensação de depressão devido à dor de cabeça. Os cinco meses seguintes foram passados ​​na cama, sem luzes, como uma forte enxaqueca.

A dor obscureceu tudo.

Natxo resumiu esses tempos da seguinte forma:

"O pior foi quando não me sentia surfista. O surf nem sequer era um objetivo. O meu único objetivo era, algures no futuro, sentar-me e tomar café com um amigo sem dor. Essa era a extensão da minha ambição."

 Natxo tentou lidar com a sua doença, primeiro consultando vários médicos em Espanha, até que um teste descobriu que o fluxo sanguíneo estava lento numa parte do seu cérebro, o que era um sinal de uma concussão anterior. O médico disse-lhe que para recuperar teria de parar completamente de surfar.

Por fim, o surfista basco ligou para a Red Bull, o seu principal patrocinador, para explicar porque tinha deixado de surfar e que percebia se não queriam continuar a relação. “Eles simplesmente disseram: “Natxo, o que precisas?”

Levaram-no para a Suíça e aí, com especialistas, fisioterapeutas, psiquiatras e médicos, desenvolveram um plano de tratamento cerebral. Dentro de alguns meses, começou a sentir-se melhor e voltou à água.

Agora ainda não está totalmente recuperado, mas está a viajar e a surfar. “Estou a ser paciente, mas quero voltar a surfar ondas enormes.

A Surftotal deseja uma rápida e plena recuperação do Natxo para que possa voltar a fazer o que mais gosta, surfar Ondas Grandes.

Neste vídeo podes assistir à primeira Nota 10 nos campeonatos de Ondas Grandes na Nazaré