Numa entrevista conjunta para a Surfer, Kelly Slater e o candidato à presidência dos Estados Unidos Robert Kennedy Jr., bom amigo do surfista, conversaram sobre os caminhos a seguir no combate à poluição dos oceanos. Ambos colocaram o foco na acção individual e em estratégias para que as pessoas se envolvam com o problema, especialmente a geração de crianças que está agora a crescer. 

Slater mencionou que, no Havai, ouve pessoas a dizer que não reciclam porque não acreditam que a reciclagem seja eficaz. Então, para Slater, seria importante haver "uma infraestrutura que ajudasse as pessoas comuns a lidar com os seus plásticos". Slater acredita que as pessoas "alinhariam facilmente" nesta ideia. 

Sobre a poluição no mar e nas praias, o bem-viajado surfista apontou que, "se andarmos na praia depois de uma grande tempestade, em qualquer lugar do mundo, vamos ver plástico na praia". Kennedy afirmou que é importante "motivar os jovens e dar-lhes esperança". Conta como começou a recolher lixo dos canos que iam dar a ribeiras, às vezes esperando "toda a noite"por descargas para que pudesse impedir o lixo de seguir o seu curso na água.

Como uma conversa entre Slater e um grupo de jovens se transformou num livro

Retomando a ideia de dar esperança aos jovens, Slater conta como convidado por uma professora para conversar com alunos sobre a poluição nos oceanos, e uma conversa que deveria ter levado cerca de 20 minutos acabou por durar duas horas. Kelly contou aos jovens que ele e a sua namorada Kalani um dia resolveram recolher lixo em Cocoa Beach: "a praia parecia totalmente limpa, mas encontrámos mais lixo do que podíamos carregar". 

Depois da conversa, a professora telefonou a Slater para contar que as crianças se inspiraram na sua história e começaram a fazer limpezas de praia. Daí surgiu a ideia de escreverem um livro com as experiências destes jovens, que vai ser lançado no próximo mês de Abril. A mensagem, para Kelly, é que "temos que colocar estes problemas em frente à nova geração, não porque são problemas deles, mas porque eles têm boas ideias para soluções".