Apesar da oposição da ISA, orgão máximo do surf mundial, a construção da nova torre de  juízes avança em Teahupo'o quinta-feira, 21 dezembro 2023 09:18

Apesar da oposição da ISA, orgão máximo do surf mundial, a construção da nova torre de juízes avança em Teahupo'o

Organização lançou novo comunicado.

 

 

Depois de várias semanas de protestos por parte de surfistas, activistas ambientais e a população local de Teahupo'o, o Comité Olímpico optou por avançar com a construção de uma nova torre de juízes no local, para a realização dos Jogos Olímpicos de 2024, alegando que a torre já existente não cumpre os requisitos de segurança do evento. Esta decisão vai contra os apelos feitos pelos surfistas, activistas e locais, que argumentam que esta construção destruirá o recife em Teahupo'o e colocará em risco o ecossistema e a subsistência locais. 

 

Surfistas seguram faixas em Guethary, França, contra a construção da torre de juizes em Teahupoo / Tahiti. | AFP-JIJI

 

Tomada a decisão de avançar com a construção, depois de uma breve pausa quando um teste realizado danificou parte do reef, a ISA recorreu às suas redes sociais para emitir um comunicado, posicionando-se contra os planos do Comité Olímpico. A organização relata que, no passado dia 9 de Dezembro, "enviou uma proposta ao Governo da Polinésia Francesa e aos organizadores dos Jogos Olímpicos Paris 2024 para realizar a prova em Teahupo'o sem construir uma nova torre de alumínio no recife".

A proposta "incluía o julgamento remoto, com imagens ao vivo capturadas por terra, água e drones". A ISA afirma que está disponível para "colaborar com todas as partes interessadas no que for melhor para o desporto, o meio ambiente e a comunidade local". 

A proposta da ISA, que pode ser lida aqui, é composta por duas opções, que estariam "sujeitas a uma análise detalhada adicional de viabilidade pelos diferentes intervenientes envolvidos". A primeira opção colocaria os juízes em terra, com uma plataforma para as câmaras reduzida no recife. A segunda opção seria colocar as câmaras também em terra, no topo ou muito próximas à torre de juízes.

 

No entanto, Estanguet – presidente do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024 – rejeitou a oferta, tal como o líder polinésio Moetai Brotherson.

“Respeitamos a decisão quase unânime tomada localmente de continuar com o lançamento das obras”, disse ele na sua conferência de imprensa de fim de ano na sede do comité.

Estanguet, de 45 anos de idade, explicou que a opção oferecida pela ISA foi estudada, mas foi considerada insuficiente.

“Foi considerado inviável em diversas frentes”, disse o tricampeão olímpico de canoagem."No aspecto técnico, em termos de filmagem das imagens, mas também em relação à segurança, isso levantaria muitas questões."

Etienne Thobois, diretor-geral de Paris 2024, disse ser urgente iniciar os trabalhos. Brotherson explicou ainda que os trabalhos de construção da na nova torre de alumínio deve ser concluído até 13 de maio, a tempo para um evento da Liga Mundial de Surf, que é visto como um ensaio geral para as Olimpíadas.

“Cinco meses antes dos eventos-teste, oito meses antes dos Jogos propriamente ditos, é imperativo que dêmos um passo em frente”, disse.

 

A questão deixou os ambientalistas em pé de guerra e uma petição online contra o projeto que teve mais de 228 mil assinaturas.

 

Estanguet também questionou as declarações do presidente da Associação de Atletismo Mundial, Sebastian Coe, na segunda-feira, dia 18 de Dezembro, de que os bilhetes para os Jogos – que acontecem de 26 de julho a 11 de agosto de 2024 – são caros.

 

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