Há momentos na nossa vida em que chegamos a uma bifurcação, e somos obrigados a escolher um caminho. Essa escolha implica um compromisso duradouro com a estrada que se decide trilhar, e implica também sacrificar tudo o que o caminho que ficou para trás teria para nos oferecer. Nem todas as escolhas são assim tão definitivas, mas quando se fala de seguir uma carreira profissional no desporto, nada pode ser decidido de ânimo leve. 

Maluhia Kinimaka deparou-se com essa bifurcação quando teve que decidir se iria seguir a sua carreira de surfista profissional ou se iria seguir os seus estudos na Universidade de Stanford. Eram duas partes da sua identidade que, a certo ponto, deixaram de ser compatíveis. Kinimaka colocou as duas opções na balança, e alguns elementos começaram a pesar. Uma lesão no joelho fê-la pensar que talvez seria imprudente apostar numa carreira como surfista. Além disso, sabia que a carreira dos atletas profissionais, por norma, não dura muitos anos. 

Os argumentos contra o surf eram também financeiros, visto que é um desporto caro e seria um investimento grande por parte dos seus pais. Por outro lado, tinha um argumento forte a favor da continuação dos estudos: tinha entrado na Universidade de Stanford, o que para ela foi como "receber um bilhete dourado para a Fábrica do Willy Wonka", e sentiu que devia agarrar a oportunidade.

Acabou por optar por Stanford, um caminho "diferente de tudo o que tinha experimentado até então". Kinimaka fala também sobre o síndrome de impostor que a fez sentir que não pertenceria ao universo de Stanford, mas acabou por encontrar o seu lugar ao lado de outros alunos de comunidades indígenas. No seu percurso académico, aprendeu a importância de estar confortável com as suas falhas, e de saber pedir ajuda.