VANS deixa cair patrocínio do US Open de Surf
Um dos eventos mais icónicos do mundo perde a ligação com uma das marcas mais icónicas do mundo
Algo se passa nos bastidores do mundo do surf. Ao que parece a VANS e a World Surf League não encontram mais entendimento.
Primeiro episódio:
A Vans é a detentora oficial dos direitos do nome «Pipemasters», que tem sido utilizado para definir o evento mundial de Pipeline, praticamente desde a sua concepção em 1971. Na altura era chamado Hawaiian Masters.
As negociações entre a marca e a WSL falharam por algum motivo. Então a Vans decidiu reclamar para si mesma a utilização do nome, realizando um evento próprio, com um novo tipo de formato inovador, realizado por convite, mas desconectado com o Championship Tour. A WSL perdeu assim os direitos a utilizar esse nome, e perdeu também assim a capacidade de chamar ao seu vencedor o Pipemaster. Tal como já referido neste artigo. Ao organizar um evento próprio a Vans acaba por entrar em competição com a WSL.
Segundo episódio
A Surftotal soube agora que a Vans irá deixar cair também o contrato de patrocínio do US Open de Surf – que detinha desde 2013 - naquele que é provavelmente o evento de surf nos Estados Unidos mais propalado, considerado por muitos como a Super Bowl do Surf americano.
“A decisão de não renovar o patrocínio do US Open de Surf surge no momento em que procuramos prioritizar a realização dos nossos próprios eventos, activações, e concursos” afirmou a marca.
Esta posição reforça ainda mais a ideia de que a Vans irá apostar ainda mais em concorrência aos eventos da WSL.
“Esta decisão permite à nossa marca, liderar a partir da frente, e transversalmente aos pilares fundamentais da marca, de desportos de acção, música, arte e design” Acrescentou ainda a empresa.
Sabe-se contudo também que a Vans se encontra em reestruturação, realizando alguns cortes.
“A decisão de reestruturar faz parte do nosso plano continuado de delinear as estratégias para o futuro da marca Vans (…) como parte do nosso modelo operacional.” Afirmou um porta-voz da marca.
“Isto resulta em promover talento chave, criar novas posições, e eliminar posições especificas dentro da nossa organização, enquanto competimos no marcado global em permanente mudança, e procuramos reforçar os nossos esforços para alimentar o crescimento a longo prazo, e a nossa ligação com os fãs á volta do mundo inteiro.” Acrescentou ainda.
Ao que parece a Vans enfrenta algumas dificuldades com a situação económica actual, tendo tido uma quebra homóloga no quarto trimestre de 2022 de cerca de 9%.
Seja por motivos de dificuldades económicas, seja por motivos de falta de entendimento com a WSL, o que é certo é que a WSL está a perder aqui uma das suas maiores fontes de rendimento, e uma marca que tem vindo a apoiar o surf profissional dos últimos anos de forma significativa. Não são boas noticias para ninguém.