Muito agradável de ver a nossa atleta Portuguesa de elite a competir em Pipeline, uma das ondas mais carismáticas e perigosas do mundo. A ondulação continuou a chegar a Pipeline, embora com um tamanho menor do que no primeiro dia, em que os homens competiram. O Billabong Pro Pipeline é a 1ª etapa do circuito de elite da WSL 2023.

Mesmo com ondas a rondas o 1 a 1,5 metros de altura, Pipeline não é uma onda fácil. Há muita potência junta e os corais afiados e cheios de cavernas tornam a experiência sempre arriscada e plena de adrenalina . As senhoras entraram para a agua e viu-se muito surf de rail, muitas curvas, alguns tubos também onde se incluiu um de Teresa na ronda 2.

A atleta Portuguesa entrou na ronda 1 na primeira eliminatória com Tatiana Weston-Web e Caroline Marks. Um heat com pontuações baixas de todas as atletas em que a surfista Brasileira e Californiana acabaram por levar a melhor e passar directamente à ronda 3. Logo de seguida e após esta 1ª ronda, Teresa entra na ronda eliminatória em que domina o seu heat contra as cotadas Isabella Nichols e Courtney Conlogue. Teresa faz duas ondas de boa qualidade sendo uma delas um tubo, conquistando com justiça a 1ª posição, passando assim à ronda 3 e deixando Isabella em 2º e Courtney eliminada na 3ª posição.

Nos oitavos de final Teresa volta a encontrar a top 5 mundial Tatiana Weston Weston Web. Aqui Teresa efectuou duas boas ondas iniciais com o seu surf de rail para a esquerda dominando-o inicialmente. Tatiana parecia meio perdida no inicio do heat em que houve muita escassez de ondas. Mas a top 5 mundial acabaria por encontrar duas boas direitas onde aplicou um surf vertical com bons off the lips tendo assim conseguido passar e eliminar a nossa querida Teresa. 

Um balanço francamente positivo de Teresa Bonvalot que sai desta etapa com um maior índice de confiança e uma 9ª posição no evento.

* Porque dizemos que o tubo de Teresa é um dos seus primeiros do ano na onda de Pipeline? Isto porque sabemos de fonte próxima de que todos os atletas não Hawaianos que tentam a sua sorte em Pipeline são fustigados pelos surfistas locais que durante o free surf simplesmente não permitem os Haoles(pessoas não nativas) em fazer ondas. 

Apesar da derrota que impediu a passagem aos quartos-de-final, Teresa Bonvalot deixou Pipeline com 2610 pontos para o ranking, começando a temporada à frente, por exemplo, de Stephanie Gilmore. A beneficiar do estatuto de suplente do Tour, Teresa vai entrar novamente em ação na segunda prova da temporada, em Sunset Beach, também no Havai, entre 12 e 23 de Fevereiro.

Depois do Havai o circuito segue para Portugal, onde chega no início de Março. Apesar de não ter garantida ainda a presença na prova de Peniche, existem possibilidades de Teresa Bonvalot conseguir novamente uma vaga, o que a colocaria em boa posição de discutir os primeiros lugares do ranking, num circuito que a meio da temporada irá sofrer um corte. As 10 primeiras surfistas do ranking irão seguir para a segunda metade da época na disputa do título mundial, além de carimbarem automaticamente a qualificação para o World Tour de 2024.

Em jogo estão ainda oito vagas para os Jogos Olímpicos de Paris’2024, estando a campeã nacional bem lançada para garantir um desses lugares.

Billabong Pro Pipeline Quartos de final: 

HEAT 1: Brisa Hennessy (CRC) vs. Lakey Peterson (USA)
HEAT 2: Tatiana Weston-Webb (BRA) vs. Tyler Wright (AUS)
HEAT 3: Carissa Moore (HAW) vs. Molly Picklum (AUS)
HEAT 4: Gabriela Bryan (HAW) vs. Bettylou Sakura Johnson (HAW)