Foi em Oia, Pontevedra, na Galiza, poucos quilómetros a Norte da foz do rio Minho. Secundino Refojos, habitante daquela localidade, já tinha no passado encontrado mensagens trazidas pelas ondas, mas desta vez foi diferente. O aquela garrafa de whisky Jameson continha nunca lhe tinha chegado antes. 

"Quando vimos o plástico pensámos que era droga", contou Refojos. Mas dentro da garrafa selada com espuma de poliuretano e plastificada por fora, estavam as cinzas de um surfista norte-americano chamado Paul Nichols, natural da Flórida, que faleceu com 35 anos. Estava também um bilhete que descrevia Paul como um homem "feliz e apaixonado pelas pessoas". O bilhete tinha indicações: que as cinzas fossem deitadas ao mar no local exacto onde fossem encontradas, e que em seguida o recipiente entrasse em contacto com a filha do surfista, Zoe, através do endereço de e-mail de uma taberna em Atlanta, também deixado no bilhete. O recipiente deveria informar Zoe de que o seu pai continuava "a surfar pelo mundo". 

Nichols deixou ainda um último presente, em tom de despedida ou de agradecimento, que mostrou um bocadinho da sua personalidade: dentro da garrafa, estavam dois dólares "para uma cerveja".