Nic Von Rupp, Garret McNamara, Andrew Cotton & companhia: uma sessão histórica em Cortes Bank
Uma aventura colossal no meio do Oceano Pacífico.
O que é que têm em comum, 160 quilómetros no meio do oceano, 9 motas de água, 1 helicóptero, um barco de 32 metros, 41 membros de staff, 150 mil dólares, a HBO, uma sexta-feira 13, e tubarões brancos?
Aparentemente nada, exceto tudo. Na passada sexta-feira, dia 13 de Janeiro, um conjunto de alguns dos mais intrépidos surfistas do mundo, fizeram 160 quilómetros oceano adentro, até ao famoso pico de Cortes Bank, ao largo da Costa da Califórnia, para uma sessão de surf que ficará para a história, parte do documentário da HBO: 100 Foot Wave.
Uma verdadeira e dispendiosa produção cinematográfica, com 41 pessoas a trabalhar na mesma. Foi necessário recorrer a um barco industrial de 32 metros para transportar todas as pessoas e material, incluído 9 motas de água, que foram colocadas na água através de gruas próprias.
Para o efeito, foram convidados alguns dos mais notáveis surfistas da elite mundial das ondas grandes, e já conhecidos do público, como o português Nic Von Rupp, Garret McNamara, Andrew Cotton, Lucas Chumbo, Will Skudin, e a destemidíssima Justine Dupont, que apanhou uma das «bombas» do dia.
A produção, teve que esperar 18 meses pelo swell e o momento ideal para poder realizar esta missão.
Cortes Bank é um fenómeno único. Aquilo que em tempos (qualquer coisa como 10 mil anos atrás) já foi uma ilha, é agora uma montanha submarina que surge abruptamente, no meio do oceano, de uma profundidade de 1600 metros para chegar muito próximo da superfície, em alguns locais qualquer coisa como 1 a 2 metros, conforme as marés.
Esta montanha é também uma maravilha subaquática de vida marinha, sendo um habitat «recheado» da sempre «simpática» espécie do tubarão-branco.
Garret McNamara disse à Stab Magazine: “A determinada altura, um tubarão enorme, veio à superfície e desfez um atum em dois.”
“Cerca de 20 minutos depois, uma das nossas motas de água foi atingida por um tubarão branco, e depois alguém viu um tubarão branco quando estávamos sentados numa mota de água. Estás no meio do oceano, e sabes que há alguns peixes grandes ali de certeza. Voltávamos imediatamente para o sled* no final de cada onda (risos).” Acrescentou Nic Von Rupp.
*o sled é uma espécie de prancha, que segue atrelada na parte traseira da mota de água, especificamente desenhado para resgatar e transportar surfistas, para o surf de ondas grandes.
Com todos estes predicados, Cortes é também um pico de surf único, pois está extremamente bem localizado para receber os swells do Pacífico, que atingem este local na sua máxima força, o que em conjunto com uma subida vertiginosa do fundo do mar, cria ondas de proporções gigantescas.
Na sessão de sexta-feira 13, os surfistas optaram por realizar apenas tow-in (surf em ondas grandes, puxado por mota de água), uma vez que não se verificavam condições propícias para a remada.
Com ondas até 18 metros, e um mar glass cristalino, Andrew Cotton apanhou uma onda monumental, na qual fez um tubo, e que foi unanimemente considerada como a onda do dia. Justine Dupont destacou-se também com uma das «bombas» do dia, que levou inclusivamente McNamara a afirmar no seu instagram que recordes terão sido batidos.
Agora resta-nos ter que aguardar pela estreia da nova série deste documentário, para podermos assistir, confortavelmente nos nossos sofás, com um balde de pipocas, e sem tubarões brancos, a mais um momento incrível e único na história do surf mundial. Até lá, fiquemos com este espetacular momento de Justine Dupont:
Crédito instagram: yuneskhader