"Não sei se fiquei no Tour pelas razões certas" - Kelly Slater fala sobre a reforma, os Jogos Olímpicos, saúde mental e nutrição WSL / Ryder quarta-feira, 17 agosto 2022 08:55

"Não sei se fiquei no Tour pelas razões certas" - Kelly Slater fala sobre a reforma, os Jogos Olímpicos, saúde mental e nutrição

Kelly Slater quer terminar a carreira com o ouro olímpico.

 

 

Em entrevista para a GQ, o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater partilhou conselhos para o bem-estar físico e mental e para o sucesso profissional, partilhou o seu lado mais vulnerável a falar sobre a sua  relação com o seu pai, e desvendou alguns dos seus objectivos futuros. 

A entrevista foca-se especialmente no tema da nutrição e nos hábitos alimentares de Slater, que desde cedo começou a interessar-se pelo tema e a estudar que tipo de dietas são as melhores para o seu corpo. Um "comedor intuitivo", Slater tenta ouvir o seu corpo para compreender como diferentes comidas afetam aspectos como o seu nível de energia e o seu sono. Hoje em dia, adopta uma prática que tem em conta o tipo de sangue de cada um: dependendo do tipo de sangue, as necessidades alimentares serão diferentes, explica. Slater, sendo tipo A, deve ter uma dieta "mais à base de plantas". 

 

 

"Todos precisamos de terapia"

 

Mas a conversa foi muito além da alimentação. Kelly Slater também falou sobre saúde mental, e recordou a sua relação "confusa" com o pai. "Ele bebia muito e não era propriamente um homem de família com a sua mulher, a minha mãe, mas adorava os seus filhos", conta. "Passei muito tempo confuso sobre a minha relação com ele e sobre quem ele era enquanto pai e enquanto marido".

Slater abordou também o tópico complexo do suicídio, contando que, durante a pandemia, cinco amigos seus cometeram suicídio. É uma realidade que deixa o surfista perplexo e "cheio de perguntas". O próprio Slater admite que em certos momentos já sentiu "um desespero terrível em que não encontrava nada que me pudesse fazer sentir bem com a minha vida", mas reforça que essas situações são "temporárias", enquanto "o suicídio é permanente". 

Termina esta linha de pensamento com uma afirmação importante: "Todos precisamos de terapia. Todos. Não há ninguém que não precise". 

 

 

 

 

WSL / Ryder

 

 

 

"Vencer a medalha de ouro em Teahupo'o seria incrível"

 

Sobre o Tour e a sua decisão de ter competido este ano, o atleta não tem tantas certezas. "Durante anos, disse que se voltasse a vencer em Pipeline, reformava-me logo em seguida. Mas já me tinha comprometido com este ano", conta. "Não sei se fiquei no Tour este ano pelas razões certas. Não sei se fiquei por mim ou pelos outros". Confessa que agora o seu desejo é terminar a sua carreira com o ouro olímpico. "Se me conseguir qualificar para os Jogos Olímpicos, esse será o fim para mim. Senão, pode ser mais cedo". 

Slater nunca teve o sonho de competir nos Jogos Olímpicos, nem tinha particular fé em ver o surf como modaldidade olímpica. Mas agora, o ouro olímpico tornou-se apetecível. Uma das principais razões é o facto de a prova decorrer em Teahupo'o, uma onda na qual Kelly está extremamente confiante e onde acredita que tem possibilidades de vencer. 

"Vencer a medalha de ouro em Teahupo'o seria incrível, e alguém vai fazê-lo", diz. "Gostava de ser eu". 

 

 

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