Como é viajar para Bali dois anos depois da pandemia?
Como um dos principais destinos de surf do mundo foi afectado pela pandemia.
Bali, na Indonésia, é um dos principais destinos de surf do mundo, com uma economia muito dependente do turismo. A pandemia teve um impacto forte para quem lá mora, especialmente por causa das restrições que impediram o habitual fluxo de turismo. Agora, com as restrições levantadas, o cenário em Bali já se começa a parecer com o que era antes de 2020, e a Surftotal TV esteve a explorar a situação.
Como é o turismo pós-covid em Bali? Como foi surfar em ondas perfeitas numa altura em que quase não havia crowd? Como é que os negócios se mantiveram de pé durante os últimos anos? Todas estas foram perguntas para as quais a Surftotal procurou resposta, conversando com turistas, donos de negócios, portugueses residentes em Bali, e pessoas ligadas ao surf. Podes assistir ao episódio completo neste link.
Jeffry Anderson, presidente da Rip Curl Southeast Asia, relata a preocupação que se sentiu entre a população com a pandemia, mas explica também que os governos locais de cada zona da Indonésia foram capazes de gerir bem o isolamento. Anderson também acrescenta que, mesmo com as óbvias dificuldades, foi positivo notar que os locais de Bali puderam "aproveitar a sua própria ilha", sem ter que a partilhar com multidões de turistas.
Como os negócios se adaptaram durante a pandemia
O português Miguel Leitão mora em Bali há 10 anos, e há oito anos é proprietário do Sal Secret Spot Bali. Recorda a forma imediata como a ilha "estagnou completamente" em Março, quando os turistas foram impedidos de lá entrar. Durante a pandemia, o Sal Secret Spot Bali passou a disponibilizar quartos para estadias mensais e a preços muito baixos, de modo a continuar apelativo para aqueles que de facto conseguissem vir.
Apesar de tudo, Miguel comenta que foi boa a experiência de surf em Bali com pouco crowd. Durante um tempo, a entrada na praia estava restringida, mas de uma forma ou de outra os surfistas foram conseguindo fazer o seu caminho até às ondas. Mas Miguel faz o reparo: "pouco crowd", era, ainda assim, mais do que se imagina. Durante a pandemia, deu-se conta da quantidade de expats a morar em Bali, e que continuaram a povoar os picos durante os últimos anos.
Outro português com negócios em Bali é Francisco Areosa, co-proprietário do Village Bali. Conta que, para manter o negócio vivo, apostou nas estadias de longa duração, com foco em pessoas que já se encontravam na ilha. Tomaram também a decisão de se tornar pet-friendly, para melhor acolher famílias que pretendessem passar muito tempo no espaço com os seus animais de estimação. As coisas correram bem para o Village Bali, que conseguiu ficar sempre cheio durante a pandemia.
O regresso do turismo a Bali é relativamente recente, e se para alguns a sensação de normalidade já é plena, outros ainda sentem as diferenças. A australiana Ash Greenaway, por exemplo, está de volta pela primeira vez em alguns anos, e repara que as ondas estão com menos crowd, algo que faz desta uma viagem especial para ela.
Para os donos de negócios, os sinais são positivos, e tudo indica que o turismo vai continuar a crescer, e em pouco tempo Bali voltará a receber surfistas em grandes quantidades, como fazia antes da pandemia que assolou o mundo.