Consegue de facto decidir-se o melhor surfista do mundo ou aquele que é mais consistente?
“Perdemos mais do que ganhamos neste jogo imprevisível”
Carissa Moore despediu-se do dia de ontem, 16 de junho, após ser eliminada nos quartos-de-final do Surf City El Salvador Pro, a 7º etapa do Tour, com uma mensagem emotiva e pessoal na sua página de Instagram que dava conta da dificuldade que é gerir as derrotas competitivas. Ainda que reconheça os seus progressos nesse sentido, já que tem focado em “encontrar uma maneira de aprender com os erros, fazer as pazes com o incontrolável e redefinir o sucesso nos seus próprios termos”, não atenua a amargura, sobretudo porque envolve “o coração e a alma”. Mora em cada atleta a ambição e a expectativa por se ver traduzido o trabalho árduo, por isso, confessou com naturalidade que se senta num quarto escuro e permite-se chorar o tempo necessário quando isso não acontece.
Se por um lado, uma das maiores qualidades apontada ao surf é o facto de ser sempre diferente, por outro essa vantagem pode virar-se contra si já que se torna imprevísivel. As condições nunca se apresentam da mesma forma e acrescem ainda os fatores intrínsecos invisíveis aos olhos do público que se debruça sobre os campeonatos para assistir à performance.
É por este motivo que, embora possam existir favoritos à vitória tendo em conta um histórico competitivo, quer seja em terreno nacional ou mundial, um heat é um heat e é um tiro no escuro apostar no vencedor, apesar da menor ou maior probabilidade.
Ora, consegue de facto decidir-se o melhor surfista do mundo ou antes aquele que é mais consistente, sendo que todos vão traçando um caminho na história do surf mundial? Talvez a resposta resida no facto do primeiro posto do ranking ser tão instável ao longo da temporada e o campeão mundial mudar o rosto e nome próprio ano após ano.