Isabella Nichols Isabella Nichols WSL / Dunbar quinta-feira, 26 maio 2022 09:18

Nas veias de Isabella Nichols corre sangue Viking, que pulsa quando compete

 Nichols inspira-se em atletas como Carissa Moore e Tyler Wright.

 

 

Com 24 anos, Isabella Nichols já tem uma carreira competitiva louvável: foi campeã júnior na Austrália em 2015, e em 2016 foi campeã mundial júnior. No CT em 2021, entre vários 5º lugares, conseguiu chegar à final em Newcastle. Este ano, venceu a etapa de Margaret River, e avança para G-Land em 4º lugar no ranking mundial.

Mas todos estes triunfos não lhe chegaram de forma fácil. Logo antes da sua vitória em Margaret River, Isabella estava numa situação complicada em termos competitivos , e o risco de ficar de fora do mid-season cut era altíssimo. Para conseguir continuar no CT, a única hipótese que tinha era vencer a etapa seguinte, e a pressão foi quase demasiada: "Foi o mais em baixo que já estive", contou a surfista ao The Guardian. "Estava completamente devastada. Estava a esvair-me em lágrimas, a chorar que ia desistir do surf".

 

 

Fugindo aos estereótipos

 

E mesmo sem falar do mid-season cut, a vida de um atleta é repleta de desafios, principalmente quando os patrocínios são poucos e as despesas são muitas. Mais desafios ainda têm as atletas femininas, explica Nichols, que sofrem a pressão de ter um determinado tipo de corpo para apelar aos patrocinadores, corpo esse que não é compatível com o nível de exigência do surf de competição. Nichols nunca cedeu a essa pressão, escolhendo pelo contrário inspirar-se em surfistas como Carissa Moore e Tyler Wright, que não são "magras como supermodelos", e sim "pessoas atléticas e em forma". 

Nichols remava contra a corrente daquilo que era expectável, e em vez de tentar perder peso para se tornar no estereótipo da surfista loira e magrinha, esforçava-se para ganhar peso e músculo, e ficar mais parecida com as mulheres que admirava. 

A nível mais pessoal, Isabella Nichols tinha outras dificuldades. Na infância, ela e a irmã gémea Helena descobriram que têm uma doença sanguínea rara chamada esferocitose, que as torna vulneráveis. Isto tornou-se uma preocupação durante a pandemia, com Isabella a ter que viajar pelo mundo no seu primeiro ano do CT, em 2021, sem saber que efeitos a covid poderia ter no seu corpo. Felizmente, constatou que contraiu covid no início de 2022 e não teve reacções graves. 

 

 

WSL / Dunbar

 

Uma atitude guerreira

 

Mas se o seu sangue é motivo de preocupação por um lado, é motivo de orgulho por outro. Nichols tem ascendência viking, e homenageia essa ascendência através de uma tatuagem de um barco no braço. 

Isabella conta que a sua avó dinamarquesa fazia parte de um clube viking.  "Todas as manhãs, com chuva ou com sol, as mulheres do clube iam para a praia, despiam as roupas e mergulhavam no mar. Mesmo quando a água estava congelada, elas partiam buracos no gelo. Ela fez isto até aos 85 anos."

A sua avó é mais um exemplo de uma mulher inspiradora para Isabella, encarando a vida com uma atitude guerreira. É essa a atitude que Nichols leva para dentro de água de heat para heat, e é assim que a veremos na sexta etapa do CT 2022 em G-Land, que começa já no dia 28 de Maio. 

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