Owen Wright e o seu Pai na altura em que Owen ainda era Junior. Owen Wright e o seu Pai na altura em que Owen ainda era Junior. Click por Surftotal sexta-feira, 06 maio 2022 15:35

As restantes etapas do Championship Tour (CT) serão as mesmas sem estes atletas?

As próximas 5 etapas avançam apenas com os 22 primeiros homens e as 10 primeiras mulheres do ranking

 

O corte a meio da temporada foi uma machadada nas conquistas de vários atletas que necessitam agora de competir no escalão mais abaixo para regressar à elite. Alguns são nomes familiares que durante anos encheram as telas de casa a partir dos campeonatos mundiais mas terão agora de competir em pé de igualdade nos Challenger Series com outros atletas que se classificaram nos QS (Qualifying Series), tendo em conta que entram todos no primeiro round, não levando nenhum avanço de vantagem.

 

Owen Wright

Entrou no circuito mundial em 2010 e desde então foi uma presença assídua até este ano de 2022, apesar das lesões que o atrapalharam em algumas etapas pelo caminho. Mas se pelo mundo houvesse quem não associasse o seu nome ao topo dos surfistas ou considerasse que o seu surf não estava adaptado às exigências atuais, tapou as dúvidas após vencer a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Com o mid-season cut, a nova regra implementada nesta temporada, viu-se a cair para os Challenger Series e a não ter uma vaga garantida junto da elite no próximo ano de 2023, embora tenha chegado aos quartos-de-final no Rip Curl Pro Bells Beach.

No entanto, há que recordar a lesão grave que sofreu na cabeça, obrigando-o a afastar-se do circuito no ano de 2016, e logo a seguir a vitória em 2017 no Boost Mobile Goald Coast Pro, na Austrália. Palco onde decorrerá a primeira etapa dos Challenger Series 2022.

 

Owen Wright no Margaret River Pro | Créditos de imagem: Matt Dunbar/World Surf League

 

João Chianca

Quantos atos valem mais que mil palavras? João Chianca estreou-se esta temporada no circuito mundial, vestiu a lycra da elite pela primeira vez em Pipeline e deixou a sua assinatura e o seu nome gravado na memória dos espectatores. Ficou abaixo da linha do corte mas protagonizou aquilo que muitos consideraram dos melhores heats de sempre. Por duas vezes encontrou Jonh Jonh Florence e por duas vezes foi abatido pelo veterano mas tratou-o à sua semelhança e não baixou a guarda. Se o havaiano arrancava uma nota alta, o brasileiro ripostava na mesma moeda, mas o saldo final, embora renhido, nunca era suficiente para eliminar o bi-campeão mundial.

Ainda assim, eliminou Jack Robinson no Billabong Pro Pipeline e sobrepôs-se a outros grandes nomes veteranos como Caio Ibelli, Conner Coffin e Kolohe Andino em baterias. O brasileiro, que fortaleceu a Brazilian Storm, chegou inclusive conquistar a 3º melhor nota da primeira metade da temporada numa prova, uma onda avaliada em 9.87 pontos em Pipe, a primeira etapa do circuito mundial.

Em entrevista em direto com a WSL durante o Margaret River Pro, Gabriel Medina depositou confiança no regresso do compatriota: “eu gostaria de ter surfado com ele no Tour. Ele é um excelente surfista, uma boa pessoa, foi muito bom em Pipeline. Por azar pegou todos os bons surfistas, os atletas a abater. Mas eu sei que ele vai voltar”.

 

 João Chianca no Margaret River Pro | Créditos de imagem: Matt Dunbar/World Surf League

 

Conner Coffin

Não é novo nestas andanças mas também terá de lutar pela requalificação. O californiano foi rookie em 2016 e desde então foi acumulando fãs e demonstrando que não tencionava abandonar a lycra com o seu nome estampado. Mas, mesmo antes de 2016, já vinha delineando o seu currículo na WSL, chegando a competir nos Pro Júniores antes de escalar para os QS.

Nesta temporada, realçou uma vez mais que se dá bem na etapa portuguesa, onde alcançou o melhor lugar deste ano, um quinto lugar. Um olhar rápido pelo histórico competitivo dá-nos bons indícios para esta primeira etapa dos Challenger Series, tendo em conta que o atleta costuma conquistar boas posições na Austrália.

 

 Conner Coffin no Margaret River Pro | Créditos de imagem: Aaron Hughes/World Surf League

 

Frederico Morais

Cai mas levanta-se e já o provou. Em 2017 passou a ser o único português entre os melhores do mundo. Em 2019 ficou fora do circuito mundial, entrando em algumas etapas como substituto, mas preparou o seu regresso para 2021 e conquistou a sua melhor classificação no ranking mundial, colocando-se em 10º lugar, sobretudo após conseguir um 3º lugar no Rip Curl Narrabeen Classic, na Austrália.

No que resta do ano, Kikas irá competir nos Challenger Series para procurar a requalificação e a torcida portuguesa estará do seu lado, assim como das restantes 4 portuguesas e de Vasco Ribeiro que lutam por uma vaga na elite mundial.

 

 Frederico Morais no Margaret River Pro | Créditos de imagem: Aaron Hughes/World Surf League

 

Sally Fitzgibbons

Entre as mulheres, Sally Fitzggibons, que entrou para o Tour em 2009, soube o que é ser novata e sabe agora o que é ser veterana. Por si passaram tantas atletas de renome que abandonaram o circuito mundial como a peruana Sofía Mulánovich, Coco Ho, Silvana Lima, Sage Erickson, Laura Enever, Alana Blanchard, entre outras. Surgiram também tantas outras rookies que consigo trouxaram nova energia e estilo de surf e assistiu ainda à adoção de inúmeras novidades quer de calendarização, quer de prize-money. A mais recente introdução de um novo formato, o mid-season cut, pô-la à margem e fê-la cair para os Challenger Series onde terá de batalhar de frente contra a nova geração que chega em peso para lhe roubar o lugar que ocupou durante mais de uma década.

 

Sally Fitzgibbons em Bells Beach | Créditos de imagem: Ed Sloane/World Surf League

 

*Por Catarina Brazão

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