Dan Fischer de quem partiu a iniciativa Dan Fischer de quem partiu a iniciativa quarta-feira, 13 abril 2022 15:57

"Uma última onda": como o surf ajudou milhares de pessoas a lidar com a perda de entes queridos

Quando o oceano oferece o conforto e leva parte da tristeza

 

Dan Fischer é um surfista de Rhode Island, nos Estados Unidos, e quando o seu pai faleceu de cancro, foi no mar que encontrou conforto. Como forma de honrar a sua memória, escreveu o seu nome na prancha de surf e levou-o a surfar em Newport. Quando viu o que essa actividade fez para o seu bem-estar, percebeu que poderia ajudar a fazer chegar o mesmo sentimento a outras pessoas, e decidiu gravar um vídeo no TikTok em que pedia às pessoas que partilhassem os nomes de familiares que tivessem perdido, para depois escrevê-los na sua prancha e ir com eles para o mar. Nasceu assim o One Last Wave Project, e Fischer passou a documentar todas as suas surfadas com aquela prancha. 

 

O consolo de quem aderiu

A iniciativa chegou a milhares de pessoas e várias encontraram conforto no gesto de Fischer. Foi o caso de Tony Mendioroz que, como ele, havia perdido o pai para o cancro, em 2013. Os dois partilhavam uma paixão pelo mar - o pai de Mendioroz era especialista na construção de piscinas de ondas e parques aquáticos, e a família tinha crescido perto da costa de San Diego - pelo que a ideia de Dan Fischer teve para ele um sabor especial. 

Mendioroz já utilizava o surf como forma de encontrar conforto, mas ainda queria viver o sonho de surfar com o pai, de alguma forma. Foi por isso que se atirou de cabeça à "última onda" que Dan oferecia. 

"Adoro que o nome dele esteja nessa prancha e ele possa estar no oceano novamente e sentir isso de certa forma", contou à CNN.

A leucemia linfoblástica aguda interrompeu os planos da curta vida de Fred Bennett que com 13 anos não teve tempo de aprender a surfar. O pai, Louise Bennett, viu na prancha de Dan Fischer uma oportunidade de se lembrar do seu filho como a criança aventureira e destemida que era.

 

Dan Fischer

 

"Não estás sozinho na tua dor"

Esta rede de apoio tatuada na prancha de Fischer que abraçou inúmeras pessoas obrigadas a aprender a lidar com a perda, também o ajudou a si próprio.

“Isso permitiu-me perceber novamente que não estás sozinho na tua dor. És mais capaz de lidar com ela quando o fazes de maneira compartilhada e és vulnerável a ela", disse. "Eu costumava estar sozinho no mar tentando curar-me e agora olho para os nomes e eles estão espalhados em cima e em baixo na prancha. Não são apenas nomes, são as pessoas que eu sinto que conheço agora que estão lá comigo."

Cada nome conta uma história que é levada consigo para o oceano para surfar uma última onda

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