Até onde vai a igualdade na WSL? Quem questiona é Joel Tudor Joel Tudor/WSL sábado, 12 fevereiro 2022 20:58

Até onde vai a igualdade na WSL? Quem questiona é Joel Tudor

O tri-campeão mundial de longboard meteu o assunto em cima da mesa e abriu o debate.

 

A WSL tem travado batalhas sobre a igualdade de género no circuito mundial, depois de conceder os mesmos prémios monetários entre homens e mulheres em 2019 e igualar as etapas do Tour. Mas e quando se trata de igualdade entre modalidades? De acordo com o campeão mundial de longboard, a história aí é outra.

Joel Tudor acusou a Liga do Surf Mundial de faturar com o longboard mas não o recompensar. Isto porque segundo disse na sua página de instagram, usam as longboaders para gerar engagement nas redes sociais e enquanto estratégia de marketing em anúncios entre heats do CT mas no final do dia traduz-se em prémios monetários bastante dispares e num investimento muito inferior no que toca a campeonatos.

“Hey WSL, Jessi Miley-Dyer e Erik Logan, podem explicar este tipo de igualdade? Não é muito progressivo da vossa parte tratarem as longboarders com tanto desrespeito relativamente aos prémios monetários. É bastante claro no vosso instagram que estilo é que o vosso público prefere ver”, pode ler-se numa publicação de Instagram.

Esta chamada de atenção foi acompanhada por algumas imagens que mostram a diferença quer entre valores, quer entre visualizações de vídeos de atletas do circuito mundial e longboarders.

“E ainda estão a planear cancelar a Tour do longboard e passá-la para um evento só uma paragem”, acrescentou o atual campeão mundial de longboard. Até ao momento e de acordo com o calendário online que consta no site oficial da WSL, está agendado 1 campeoanto em Agosto e 2 em setembro mas em estado “provisório”.

 

Onda de comentários face à questão levantada por Joel Tudor

 

Depois deste apontar de dedo, foram várias as reações positivas à sua acusação mas também houve quem indagasse aquilo que estava a dizer, nomeadamente o shaper da marca de pranchas Lost, Matt Biolos: “Não é segredo que tive as minhas próprias pequenas lutas contra a WSL. Eu apoio totalmente a tua posição no conceito de inclusão em certos eventos (o SurfRanch foi incrível para os longboarders e muitos outros locais poderiam ser) mas acredito que há uma “razão” verdadeira para o pagamento [entre categorias] ser desequilibrado e a causa é o patrocínio de eventos. A minha suposição é que é muito mais difícil cativar investimentos gigantes para eventos mundiais de longboard. (…) Em vez de disparares, sê incisivo e faz o que deves fazer. Em vez de estares a lutar contra a WSL, que não é deles que vem o dinheiro, devias era estar a lutar contra as empresas.”

O shaper sugeriu ainda no final do comentário para que o esforço de Joel estivesse focado na angariação de patrocinadores em particular a Vans, do qual ele já tem contactos, e não apenas na WSL.

Tudor ripostou oferecendo-lhe um desafio em que Matt Biolos faria dois modelos de prancha, um com a Carissa Moore (shortboard) e outro com a Karina Rozunko (longboard) onde investiria o mesmo em termos de marketing e conteúdo online de modo a constatar-se qual das pranchas venderia melhor mundialmente. “Aposto as chaves do teu carro como a Karina vence sem dificuldade”, rematou Joel.

 

Reação da World Surf League (WSL)

 

A WSL não se manteve silenciada e emitiu um comunicado onde dizia que o post do campeão de longboard masculino de 2021 era “impreciso e enganoso quanto à abordagem da WSL pela igualdade”. “O Joel criou uma confusão e questionou se as atletas femininas que competem no Longboarder Tour recebem prémios moneátios iguais. É importante que saibam e que ouçam vindo diretamente de nós que temos orgulho pelo facto dos nossos atletas de longboard femininos e masculinos receberem os mesmos prémios (…) e competirem nos mesmo locais e condições”.

Mas Joel contra-argumentou fazendo uso novamente da sua página de Instagram onde disse que a ex surfista profissional e comentadora da WSL, Jessi Miley-Dyer tinha-lhe enviado um texto a pedir para remover o post já que era “improdutivo”. Acrescentou que tentaram desconversar ao dizer que havia igualdade de género dentro do longboard mas o problema que estava a ser discutido cingia-se ao pagamento desigual entre as mulheres de ambas as modalidades (shortboard e longboard), apesar das longboarders gerarem mais engagement.

 

O longboard prende-se assim a um ciclo vicioso. Isto porque por um lado não se oferece o mesmo prémio monetário aos atletas porque não há patrocinadores mas, por outro também não se regista investimento para fazer crescer a modalidade e o interesse público. Consequentemente não se atrai patrocinadores fazendo com que haja menos pessoas interessadas em participar e não permitindo o seu crescimento. E certo é que são 11 etapas do circuito mundial de surf em comparação às 3 etapas, somente provisórias, que marcam o calendário do Tour de Longboard. 

 

 

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