Peter Cole, surfista natural da Califórnia que se tornou lendário no Havai, faleceu no passado sábado, dia 5 de Fevereiro, enquanto dormia. Tinha 91 anos, e a causa da morte foi um problema cardíaco que nos últimos meses tinha vindo a piorar. O seu filho afirmou que o pai estava feliz e perto da família nos seus últimos dias. 

Nascido a 12 de Outubro de 1930, Cole começou a surfar aos 14 anos em Santa Monica, na Califórnia. Em 1958 mudou-se para Honolulu, onde trabalhou como professor de matemática, tendo inclusive dado aulas a outros grandes nomes do surf como Gerry Lopez e Jeff Hakman. Fora da sala de aula, aventurava-se no North Shore de Oahu e ia sedimentando o seu nome no universo do surf de ondas grandes, sendo que em 2011 entrou para o Hawaii Waterman Hall of Fame. 

Foto: LeRoy Grannis

Um pioneiro no surf e um forte nadador

Cole ficou cego de um olho em 1972, depois de ter sido atingido pela sua prancha. Ainda assim, surfou até bem perto dos oitenta anos, e sempre resistindo à utilização do leash - enquanto vivia na Califórnia, o surfista era nadador e jogava pólo aquático, e as habilidades que ganhou nessas modalidades bastavam-lhe para resgatar a nado a sua prancha e remar para o outside, enfrentando as grandes ondas que vinham na sua direcção.

Peter tinha especial preocupação com a conservação dos oceanos, e foi presidente da Sunset Beach Community Association, além de ter fundado e presidido a divisão de Oahu da Surfrider Foundation. A juntar a isso a sua profissão como professor, a sua experiência em outros desportos e ainda o mestrado em ciências da informação que tirou no Havai em 1971, vemos que havia vida em Cole para além do surf. Sobre isso, o próprio afirmou: "Para que um surfista chegue à velhice, é importante que o surf seja apenas uma actividade recreativa. Não pode ser a vida inteira de uma pessoa". 

E assim foi para Peter Cole, que da sua longa vida deixa um enorme legado e várias memórias ao longo da costa havaiana.