"Envelheceu mas não ficou velha" - Aos 92 anos, a neozelandesa Nancy Meherne ainda faz surf
Começou a surfar perto dos 40 anos.
É neozelandesa, tem 92 anos, 3 filhos e 7 netos, e o surf tem até hoje presença assídua na sua vida. O seu nome é Nancy Meherne, e tem uma prancha que foi feita nos anos 70, cuja pintura azul e vermelha já desapareceu de tanto uso, mas a dona continua firme e forte. Meherne afirma que os outros surfistas a respeitam, e que chama a atenção quando está na água por causa da sua idade. Apesar de nunca se colocar em pé na prancha, o membro fundador do Sumner Longoarders Club Simon "Honeybee" Brown não hesita em dizer que ela é surfista, porque "ela não vai lá só para nadar, ela vai apanhar ondas".
Foto: Julie Chandelier
Uma vida longa sem "um momento aborrecido"
Hoje em dia, vive uma vida calma, perto de Scarborough Beach, onde vai surfar, e faz jardinagem. Mas na sua longa e rica vida, "nunca houve um momento aborrecido". Nasceu em Wellington em 1929, e por volta dos 20 anos apanhou um barco para a Europa, onde estudou e trabalhou. Aos fins de semana explorava a região, apanha boleia de desconhecidos, dormia nas estações de comboios, e chegou uma vez a dormir com uma amiga num cemitério, numa pequena cidade francesa. Também viajou para a Índia, o Afeganistão, a Síria, o Líbano, e durante 3 meses ensinou numa escola do Paquistão.
De volta à Nova Zelândia, criou os seus três filhos e continuou a ensinar. A sua regra na educação e na vida é que "tens que te divertir". Mantem-se saudável com uma boa alimentação, vegetariana e sem açúcar, anda de bicicleta, faz exercício regularmente e dança enquanto ouve música clássica na rádio.
Só perto dos quarenta anos é que Nancy começou a surfar, usando a prancha emprestada do filho quando morava em Sumner. Simon Brown, que tem 63 anos, considera-a uma inspiração, e diz que ela "elevou a expectativas por aqui. Envelheceu mas não ficou velha."
Nancy vai fazer 93 anos no ano que vem, mas só vai parar de surfar quando já não conseguir "dar um pequeno salto" para apanhar as ondas.
Foto: Julie Chandelier