No passado dia 11 de Novembro, a WSL anunciou uma importante mudança de regras, a entrar em vigor já durante o Haleiwa Challenger, que vai decorrer entre 26 de Novembro e 7 de Dezembro. Tem a ver com o problema da dupla-qualificação – ou seja, atletas que já se tinham qualificado para o CT 2022 através das suas prestações no CT 2021, e que conseguiram também a qualificação através do Challenger Series.

Em anos anteriores, a vaga disponível em caso de dupla qualificação iria para o próximo atleta no ranking. Assim, olhando para a categoria masculina, há neste momento dois atletas já qualificados para o CT que estão entre os 12 primeiros lugares no ranking do Challenger Series, e por isso têm dupla-qualificação – são eles Kanoa Igarashi, em 1º, e Griffin Colapinto, em 9º. Se este fosse o ponto de situação no final do Haleiwa Challenger, e seguindo as regras antigas referentes à dupla-qualificação, Jackson Baker (13º) e Leonardo Fioravanti (14º) também se qualificariam para o CT. Como Fioravanti também já está garantido para o CT 2022, a vaga passaria para o 15º classificado, Jordan Lawler.

Acontece que este ano a WSL tinha anunciado que em casos de dupla-qualificação, as vagas disponíveis já não iriam para os próximos lugares no ranking, e em vez disso seriam distribuídas em forma de wildcards a atletas definidos pela própria WSL.

Reivindicações dos atletas deram frutos

A decisão deu que falar. Foi criada uma petição contra a nova regra, assinada por mais de 100 surfistas da WSL, incluindo nomes de peso como Gabriel Medina, Filipe Toledo e Tatiana Weston-Webb. Kanoa Igarashi disse numa entrevista que “já não queria vencer ninguém. Parecia que estava a surfar para a WSL, para lhes dar uma vaga. Não me parecia certo.”

Por fim, a WSL ouviu o descontentamento dos atletas e acabou por retroceder na decisão.

Jessi Miley-Dyer, da WSL, considera que o descontentamento foi “bastante justo” e afirma que a WSL compreende “as consequências indesejadas” da decisão. Explica que a nova regra não será posta em prática este ano, e que será revisada para o futuro, levando em conta o parecer dos atletas.

Aumentam as chances de qualificação de um português

Na categoria feminina, não existem, para já, problemas relacionados com a dupla-qualificação, visto que nenhuma das atletas entre os 6 primeiros lugares estava já qualificada para o CT 2022. É na categoria masculina que a anulação da nova regra pode ser um bom presságio para Portugal. Com o cut a abranger o 15º lugar, Vasco Ribeiro (em 38º) fica mais próximo da qualificação. Continua a depender de um excelente resultado no Havai, mas as suas chances aumentam ligeiramente.

Vasco Ribeiro. Foto: Pedro Mestre