“Plastic Exchange” – projecto em Bali preserva o ambiente, ajuda a comunidade e inspira o mundo
Projecto criado por I Made Janur Yasa.
Para países como a Indonésia, cuja economia gira maioritariamente à volta do turismo, a pandemia foi especialmente cruel. Pessoas que viviam do comércio em Bali viram-se obrigadas a voltar para as suas aldeias, sem fonte de rendimento e sem forma de se sustentar.
A Indonésia tem, além disso, um problema mais antigo, que é o da poluição do plástico – no que toca ao volume de plástico que vai parar ao mar, está em segundo lugar na lista de países responsáveis. Tem havido grande esforço para combater este problema, mas a ideia de I Made Janur Yasa foi inovadora pois conciliou soluções para o problema da poluição com soluções para o problema da pandemia.
Yasa experimentou pela primeira vez o seu conceito na sua aldeia de origem em Maio de 2020. Era simples: a comunidade podia trocar plástico por arroz; a quantidade de arroz que receberiam dependeria da quantidade e do tipo de plástico que traziam. Esse plástico depois seria transportado para Java, para ser reciclado correctamente.
Foi um sucesso. Yasa rapidamente quis levar o projecto para outras aldeias, e assim nasceu a Plastic Exchange.
O ambiente, as pessoas, a economia
Além de ajudar as comunidades e de proteger o ambiente, Yasa explica em entrevista à CNN que o projecto funciona num modelo de economia circular: “Trabalhamos com uma companhia que recolhe plásticos (…). Compramos arroz dos agricultores. Estamos a criar uma economia circular, apoiando os agricultores ao mesmo tempo que limpamos o ambiente e alimentamos as pessoas das comunidades.
O funcionamento da Plastic Exchange está alinhado com o conceito de “tri hita karana”, que Yasa descreve como as três formas de alcançar felicidade: dignidade, ligação com entre pessoas, e ligação das pessoas com a terra.
“A coisa boa de Bali é que a ligação entre as pessoas é muito forte”, explica Yasa. “ Se tenho mais dinheiro do que preciso, posso ajudar os meus vizinhos.”
De Bali para o mundo
Yasa afirma que a poluição na Indonésia deve-se a uma lacuna na educação sobre o tema e à falta de hábito. Quer mudar isso e ensinar através do exemplo. “Ensinamos as pessoas a separar o plástico. Ensinamos também sobre os seus perigos. Polui a água, os oceanos, e é mau para o ambiente.”
Yasa reforça a importância da ligação entre pessoas, e acredita que a população informada “vai querer ajudar a trazer a mudança”. Aliás, passado um ano desde o início do projecto, Yasa já repara nessa mudança: “Apanhar plástico tornou-se ‘sexy’. As pessoas começam a gostar.”
A Plastic Exchange já está em 200 aldeias, mas Yasa quer expandir ainda mais o projecto.
“Quero limpar esta ilha. Quero ver a população a prosperar. Quero expandir este movimento de ilha em ilha, para a Ásia, e para o mundo todo”.
Sabe mais sobre o projecto aqui.