Foi no dia 20 de Maio que um navio de carga, MS X-Press Pearl, que transportava produtos químicos de Gujarat, na Índia, para Colombo, se incendiou a nove milhas náuticas da costa do Sri Lanka. Desde então, a Marinha do Sri Lanka e a Guarda Costeira indiana têm vindo a tentar apagar as chamas e impedir que o navio se afunde. Se este desastre acontecer, 350 toneladas de petróleo vazarão para o oceano e poderão causar danos ecológicos gravíssimos no ecossistema marinho, afetando 30 quilómetros de costa entre a capital e Negombo. O navio transportava 81 contentores de mercadorias perigosas (de um total 1486) e 25 toneladas eram de ácido nítrico.

Este desastre pode ter como consequência a completa inundação da costa oeste do país com poluição de microplásticos e resíduos potencialmente perigosos e os ambientalistas do Sri Lanka afirmam que será um dos piores desastres ecológicos da história do país. Têm decorrido trabalhos por parte de membros da Marinha do Sri Lanka que vestiram roupas de proteção e botas de borracha para remover o plástico, resíduos químicos e entulhos que cobriram as praias próximas à capital Colombo, incluindo o popular ponto turístico de Negombo. 

Imagem CNN

A Autoridade Portuária do Sri Lanka disse que o casco do navio permaneceu estruturalmente intacto e nenhum derramamento de óleo ou produto químico foi observado até agora.

A tripulação do navio (25 membros) foi evacuada e a maioria está em quarentena em hotéis locais. Dois membros da tripulação sofreram ferimentos na perna após uma explosão a bordo no dia 25 de maio e foram levados para o hospital. Um destes membros testou positivo para Covid-19 e foi transferido para uma instalação especial num hospital militar.

As autoridades do Sri Lanka encontram-se em investigações criminais e civis para perceber o que originou o incêndio. 

Desde que o incêndio aconteceu, já foram encontrados peixes e tartarugas mortas e partículas de microplásticos em muitas praias do Sri Lanka. A ameaça de um desastre ambiental é cada maior.