Cura para doenças graves poderá estar no mar quarta-feira, 07 abril 2021 09:55

Cura para doenças graves poderá estar no mar

Mostram-nos investigadores portugueses...

O oceano está intimamente ligado à saúde humana e são vários os investigadores que têm procurado nas profundezas do mar a solução para muitas das doenças modernas.

Investigadores da empresa portuguesa Sea4Us estão a inspirar-se na natureza para poder recriá-la e assim desenvolver tratamentos para as doenças sem cura a partir dos recursos marinhos portugueses.

A empresa de biotecnologia de classe mundial sediada no Algarve está focada na pesquisa e desenvolvimento de produtos farmacêuticos marinhos e acredita que os ecossistemas marinhos são um enorme recurso de entidades químicas incomensuráveis que durante milhões de anos de evolução foram levados a otimizar a sua bioatividade.

 

 

 

 

O Sea4Us tem a sua própria equipa de mergulho e a sua descoberta começa no oceano a vinte metros de profundidade onde os investigadores procuram sinais de organismos marinhos como esponjas e outros invertebrados que, segundo Pedro Lima, cofundador da empresa e neurofisiologista e biólogo marinho, por estarem presos na rocha e não poderem mover-se desenvolveram um veneno que tem compostos que bloqueiam o sinal neuroativo associado à dor.

A interação entre as espécies e as bioatividades dos seus compostos é a fase inicial do seu processo de descoberta e as amostras recolhidas são reduzidas apenas ao necessário para criar o mínimo de impacto.

A empresa diz já ter encontrado duas moléculas que reduzem o nível de dor sem um elevado risco de dependência e acredita que o seu composto irá passar por todos os estudos clínicos até chegar ao mercado.

A cura para muitas doenças poderá estar no mar. O fundo do oceano possui microrganismos com uma grande diversidade genética que podem trazer diversos benefícios para os seres humanos.

 

 

 

 

O CIIMAR - Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental - é uma das principais instituições de investigação e formação avançada da Universidade do Porto, a trabalhar na fronteira do Conhecimento e Inovação do Oceano.

O CIIMAR está na primeira linha da investigação para encontrar uma solução para várias doenças, como a diabetes. A instituição está a recolher cianobactérias e a cultivar novas espécies tendo já mil estirpes acessíveis a investigadores de todo o mundo, tendo vários estudos mostrado resultados impressionantes.

Cada vez mais investigadores em todo o globo direcionam a sua atenção para os oceanos na busca da cura de doenças.

É também do fundo dos oceanos que vem bactérias que são usadas para realizar testes rápidos para detectar a presença de COVID-19.

“Este é apenas um dos muitos usos prodigiosos desses organismos, que foram descobertos por alguns microbiologistas americanos do Adriático em 1986.”- explicou Francesca Santoro, oceanógrafa e pesquisadora da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO (COI-UNESCO).

 

Em 2014, a Organização Mundial de Saúde (OMS)  pediu para que farmacêuticos de todo o mundo estudem a possibilidade de desenvolver medicamentos marinhos e Portugal mostra estar focado nesse processo de trazer das profundidades do oceano a cura para muitas das doenças modernas.

 

 

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