Jamie Mitchell em Jaws, no Havaí (2019). O surfista admitiu ter sido uma das piores quedas da sua vida Jamie Mitchell em Jaws, no Havaí (2019). O surfista admitiu ter sido uma das piores quedas da sua vida 2019 World Surf League terça-feira, 26 janeiro 2021 18:38

LESÕES QUE TIRARAM “LEÕES” DA ÁGUA

Todos aqueles que gostam de desafiar a força do mar sabem que o perigo é iminente.

 

...Uma queda abrupta numa onda maior, um pico que quebra a pouca distância das rochas/corais, ou até ser simplesmente enrolado na onda, todos estes cenários podem ter as suas consequências. Neste artigo revisitamos algumas das piores lesões que o surfistas da Liga Mundial de Elite sofreram.

 

Ao fazer uma breve pesquisa sobre lesões no surf, são vários os artigos que podemos encontrar sobre o tema. E aquilo que podemos concluir é que há, pelo menos, três lesões que todos dão como certas ou mais propensas a acontecer: coluna, no joelho e tornozelo.

 

A lesão da coluna ocorre, normalmente na região lombar. Tal acontece, sobretudo, pela tensão a que o corpo está sujeito no exercício de remar. Claro que quanto mais horas, maior será o esforço. No entanto, algumas destas lesões também estão relacionadas com movimentos bruscos na anca quando se pretende dar uma manobra. No limite, uma queda muito aparatosa também pode trazer consequências graves para esta parte do corpo.  

Outra lesão comum é nos joelhos. É uma lesão que o surf partilha com a maioria dos desportos. O joelho é uma parte do corpo frágil e muitas vezes sujeito ao desgaste. No futebol, ténis, rugby e, neste caso, também no surf é comum assistirmos a lesões deste tipo. No surf está sobretudo relacionado com a pressão no movimento do bottom-turn ou quando ocorre o caso de se dar uma manobra em que uma perna escorrega e outra fica para trás.

Também muito comum, são as lesões no tornozelo. Embora estejam mais relacionadas com a manobra do aéreo. Uma aterragem mal medida pode levar a meses de paragem.

Finalmente, a lesão da “guilhotina” de quem ninguém está a salvo. Os cortes com as quilhas ou com acidentes com a própria prancha.

 

 

Olhemos agora para algumas das lesões mais graves da última década. Lesões que obrigaram grandes surfistas a parar durante largos meses.

 

Em 2011, Joel Parkinson foi embrulhado e, “no embrulho”, a quilha ceifou-lhe um belo pedaço do pé num acidente que ficou conhecido como o “Pé de Shasimi”. Sobre o acontecimento, “Parko” lembra que assim que veio à superfície da água, sabia que o corte era profundo e gigantesco pois sentia uma dor agonizante no pé. Teve de ser cozido e levou mais de 10 pontos. A lesão acidental no pé retirou-o da água durante mais de 4 meses.

O corte que deixou Parko fora de água. foto: www.joelparko.com

 

Em 2014, o italiano Leonardo Fioravanti (na altura com apenas 17 anos) sofreu uma lesão gravíssima depois de uma queda brutal no terceiro round do Volcom Pipe Pro. Se há lesão mais assustadora é na espinha dorsal. Fioravanti quebrou duas vértebras o que o obrigou a uma recuperação lenta que incluiu uma cinta para as costas que não pôde tirar durante dois meses. A recuperação foi lenta. E, para grande infortúnio do surfista, 5 anos mais tarde, já em 2019 , deslocou o ombro numa surfada. O rescaldo foi uma operação e quatro longos meses de fisioterapia e para voltar à água. Há um pequeno documentário sobre as lesões que o italiano enfrentou e que mostra bem a sua atitude de guerreiro contra as adversidades da sua profissional.

Em 2018, Dusty Payne sofreu graves fraturas no crânio depois de uma valente queda em Pipeline. Teve de ser operado de urgência à cabeça e espinha dorsal e passar por um longuíssimo processo de recuperação. Surpreendentemente, ainda que devagar, Dusty voltou à água 4 meses depois. A Volcom, marca que patrocina o atleta, fez um pequeno documentário sobre o seu acidente que podes ver em baixo.

Em 2019, John John Florence lesionou-se na prova da Liga Mundial de Surf em Saquarema no Brasil. Isto aconteceu numa altura em que John John estava entre os favoritos, quase a meio do ano, para vencer o seu terceiro título mundial. Na entrevista que deu depois de sair da água, Florence explicou que sentiu o joelho a estalar. E quando saiu da onda (que podes ver em baixo) já sabia que o esperava uma daquelas lesões chatas no joelho. Foi a pressão que pôs no bottom que deu que fez com que o seu joelho estalasse. Objectivamente, rompeu o ligamento cruzado interior que é um dos principais ligamentos do joelho humano.

Seguiu-se o melhor aconselhamento possível e uma cirurgia acompanhada de fisioterapia e reabilitação do joelho com os melhores profissionais da área. Apesar de se esperar um afastamento de 9 a 12 meses, John John Florence conseguiu recuperar bem e voltar à águas passado 6 meses. 

 

O que ilustrámos são lesões que ficaram na história do surf na última década pelo seu grau de seriedade. Todos os anos há milhares de surfistas que se lesionam por razões semelhantes. Enquanto surfista podes contornar alguns destes azares. Se o mar está grande e agressivo e sentes que não tens capacidade para apanhar as ondas que vês, mesmo que o teu amigo puxe por ti, não vás. Se fores, lembra-te que uma queda mal dada ou um grande embrulho com a rebentação, podem acabar em meses fora de água. Se estás na hora do almoço e com pouco tempo, é preferível surfar menos 10 minutos, do que arriscar uma lesão muscular porque não aqueceste. 

Lembra-te destes casos e respeita a força do mar e os limites do teu corpo. A defesa pode bem ser a chave para nunca ser obrigado e ficar fora do mar.  

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