SEASUIT MOSTRA UMA NOVA FORMA DE SE VIVER O SURF FEMININO
incentivando a participação em diferentes culturas...
Em 2010, numa viagem ao sul do Irão, Easkey Britton, embaixadora da Finisterre, deparou-se com a necessidade de se cobrir da cabeça aos pés durante as suas sessões de surf.
Como cientista social marinha da Universidade Nacional da Irlanda, em Galway, a surfista explora a relação entre pessoas e a natureza, e foi a partir da sua paixão de conectar pessoas com o mar e criar uma oportunidade de experienciar o surf que nasceu o projeto Finisterre Seasuit.
Easkey foi a primeira mulher a surfar no Baluchistão, uma região remota no sul do Irão.
Devido às rígidas leis do país sobre o cobrimento de mulheres, a surfista viu-se a vestir um fato de surf, calções de banho, colete e hijab, para garantir que sua cabeça estivesse coberta. Como a maioria dos surfistas entende, as roupas necessárias eram extremamente restritivas e incrivelmente quentes, dificultando o uso na água.
Embora tivesse encontrado ondas e bastante interesse das mulheres locais, Easkey percebeu que uma das principais barreiras à participação para as mulheres da região - ou de qualquer outro país conservador - era realmente ter a roupa certa para que elas pudessem entrar no mar, enquanto ainda usassem equipamentos culturalmente adequados.
As roupas restritivas eram não só desconfortáveis como também representavam riscos de segurança, uma vez que usar um hijab tradicional por cima do fato de surf torna-o muito pesado quando molhado além de se enrolar facilmente ao mergulhar.
Para a equipa de design da Finisterre, este cenário representou o desafio perfeito, pois não era apenas um problema funcional, a roupa estava realmente impedir as mulheres de fazer ou desfrutar da atividade que queriam fazer.
Após dois anos de design, desenvolvimento e teste, o Finisterre Seasuit nasceu.
Enquanto o projeto partiu de uma necessidade específica - incentivar a participação e aumentar o surf feminino de diferentes culturas - a equipa de design percebeu que o equipamento também poderia ajudar as mulheres que preferem roupas de surf mais modestas por outros motivos; desde mulheres com pele sensível que não gostam do sol, à confiança do corpo individual para quem não quer usar um fato de surf apertado.
“O retrato de como deve ser uma surfista é bastante limitado nos meios de comunicação social. Deve haver muitas opções de como estar na água, e o Seasuit pode facilitar isso.” - argumenta Easkey.
Para Shirin Gerami, a primeira mulher triatleta do Irão, que havia travado a sua própria batalha para poder competir sob a bandeira do seu país, o fato representa a inclusão e a liberdade de escolha para usar o que as mulheres querem quando vão para o mar.