Foto: WSL / KIRSTIN SCHOLTZ Foto: WSL / KIRSTIN SCHOLTZ sexta-feira, 17 abril 2020 15:47

OS HIPOTÉTICOS E REFRESCANTES CENÁRIOS COMPETITIVOS QUE A WSL PODERIA CRIAR

Nesta altura do campeonato...

 

A pandemia de covid-19 levou a uma paralisação no mundo do desporto. O Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL) viu a sua primeira etapa cancelada e as etapas de Bells Beach e Margaret River adiadas, mas perante o cenário de incerteza que vivemos ainda não é claro como se processará a restante temporada de 2020.

Para os atletas do CT cada etapa cancelada significa menos uma hipótese de conquistarem os seus apelativos prémios monetários. Contudo, o livro de regras da WSL contempla este tipo de situações, o que significa que por cada evento cancelado os atletas receberão o prémio monetário referente ao último lugar.

Neste momento, ainda ninguém sabe quando será seguro retomar a competição mundial, ou se haverá sequer condições para fazer etapas suficientes para poder coroar um campeão mundial de surf, mas, perante um cenário tão inesperado que tem obrigado a tantas adaptações, talvez esta seja uma altura interessante para a WSL repensar no formato do tour e se tornar criativa.

A revista australiana Tracks debruçou-se recentemente nesta possibilidade e traçou alguns cenários hipotéticos que acredita serem do agrado dos fãs do surf.  

 

Uma etapa nas ondas perfeitas do Tahiti é algo que nenhum fã de surf se cansa de assistir Foto: Rip Curl

 

 

 

Uma série de etapas nas Ilhas do Pacífico

Segundo a Tracks, embora as leis no Tahiti atualmente proíbam a prática de surf, a realização de uma série de etapas no Tahiti, nas Fiji e no Havai, que têm dos números mais baixos de casos de covid-19, pode ser alcançável até o final do ano.

O consenso geral é que deve haver cinco etapas para justificar uma disputa legítima pelo título (tal como aconteceu em 2001 quando o ataque às Torres Gémeas de Nova Iorque causou um forte impacto no tour, tendo a WSL coroado CJ Hobgood campeão mundial).

Um evento para homens e mulheres no Tahiti e nas Fiji, seguido de uma série de três eventos no Havai, parece atraente.

Esse cenário daria aos fãs a possibilidade de verem as atletas femininas competirem em Teahupoo e Pipeline e, quem sabe, talvez os homens em Honolua Bay ao lado das mulheres. Como alternativa, se trazer a competição para os outros locais do Pacífico for demasiado difícil, todos os eventos poderiam ser realizados em Oahu - Pipe, Sunset e Haleiwa, onde o vírus ainda não teve um grande impacto.

 

Campeões Mundiais ou Duelos Diretos

 

Este segundo cenário seria algo certamente inesperado e nunca visto.

Com a possibilidade de nem todos os atletas poderem viajar, a hipótese de criar um evento apenas com surfistas que ganharam títulos mundiais seria algo que qualquer fã gostaria de assistir. John John Florence, Gabriel Medina, Italo Ferreira, Adriano de Sousa e Kelly Slater com, talvez, Mick Fanning ou Joel Parkinson como wildcards.

Do lado feminino, Stephanie Gilmore, Tyler Wright e Carissa Moore com três wildcards - talvez campeãs mundiais juniores ou vice-campeãs famosas como Sally Fitzgibbons, Lakey Peterson e Courtney Conlogue.

Outra hipótese lançada seria assistirmos a John John Florence e Gabriel Medina competirem 5 heats em Pipeline e Stephanie Gilmore e Carissa Moore a competirem em Honolua no mesmo formato.

 

 

Assistir a um duelo entre os campeões mundiais John John Florence e Gabriel Medina seria algo entusiasmante. Foto: WSL / KIRSTIN SCHOLTZ

 

 

Evento das Equipas Mundiais

Porque não criar um formato que envolva os seis ou oito melhores surfistas no ranking de diferentes países (numa divisão uniforme entre homens e mulheres)?

Este sistema já foi usado pela WSL há alguns anos atrás num evento realizado no Surf Ranch, a piscina de ondas de Kelly Slater.

O evento poderia ser aprimorado para envolver um formato no estilo da Copa Davis, envolvendo disputas individuais, duplas mistas e um evento de equipa final com pontos acumulados ao longo do caminho.

O evento poderia ser realizado na piscina em Lemoore, Califórnia (se a curva da epidemia de covid-19 diminuir) , numa onda oceânica de qualidade ou até no complexo URBNSURF de Melbourne, se a WSL estiver disposta a usar outra piscina de ondas. Se as viagens internacionais estiveram fora de questão, o formato pode ser usado entre os diferentes estados, como por ex.: Costa Leste vs Costa Oeste, nos EUA, sendo que competiriam os melhores surfistas de cada região.

 

Alugar um avião

 

Se a WSL poder realizar apenas um evento, por que não fazê-lo em grande? Com base no status atual da pandemia, a Austrália parece ser o local mais provável para o fazer. Alugar um avião agora provavelmente será mais barato do que nunca. Três locais – Snapper Rocks, Bells Beach e Margaret River - estão em jogo e apenas um único swell de dois dias é necessário em qualquer um deles para a realização do evento. O grande obstáculo aqui seria manter as multidões afastadas se medidas de distanciamento social ainda estivessem em vigor.

 

 

Em 2018 o surf ranch realizou um evento com os melhores surfistas masculinos e surfistas femininas mundiais que lutaram em equipas pelos seus países de origem. Foto: WSL

 

 

Um evento único na piscina da Kelly Slater em Lemoore

 

Esta é provavelmente a ideia mais viável, mas também a menos entusiasmante de assistir,  se a curva da epidemia de covid-19 começar a baixar na Califórnia.

No caso de realizar um evento competitivo nos Estados Unidos estiver fora de questão, será que a WSL faria um evento numa outra piscina de ondas, como o complexo URBNSURF?

 

De momento nada é concreto e de certo a WSL tem muito que refletir, mas, no caso de a competição poder vir a ser retomada esta temporada, esta também será uma excelente oportunidade para a entidade se reinventar.

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