Foi dado o dito por não dito no quarto e último dia do Heroes de Mayo Iquique Pro (QS1,500), etapa número 30 do mundial de qualificação (WQS), que teve lugar no Chile ao longo desta semana. 

Miguel Blanco, o único português que ainda se encontrava em prova, entrou na sua bateria do Round 5 e passou em segundo lugar com o norte-americano Skip McCullough a garantir o primeiro posto. 

Até aqui tudo bem, o português passava aos 1/4 de final e garantia pelo menos um 5.º lugar nas águas de Iquique, mas com hipóteses de fazer melhor. Ora, acontece que, duas horas mais tarde, quando Blanco já se prepararava para competir com o chileno Guillermo Satt, o seu adversário nos quartos, foi chamado ao palanque. 

No palanque recebeu a informação de que o peruano Alonso Correa (que tinha ficado em terceiro no heat) apresentara, entretanto, uma reclamação. O próprio Miguel esclarece a situação:  

"Eu estava a preparar-me para a bateria dos quartos man-on-man quando me chamam no microfone para falar com o chefe de juizes (2h depois de ter terminado a bateria do round 5). Aparentemente, o atleta de vermelho fez um protesto a relatar que eu tinha feito uma interferência no início do heat (+- 10 min depois de o heat ter começado). O chefe de juizes ao analisar o replay do webcast (nem foi o replay da onda, porque não têm neste campeonato) marcou interferência e acabaram por me tirar a segunda onda, pois as prioridades já estavam definidas. Acabei por passar de 2.º para 4.º lugar. Falámos em fazer um re-surf do heat, pois decidiram que eu tinha feito uma interferência 2h depois do heat ter terminado e se tivessem marcado durante o heat, como é obvio, o heat iria desenrolar-se de uma maneira diferente, mas ignoraram essa opção e apenas alteraram o resultado do heat." 

Numa decisão fortemente polémica da WSL South America, Miguel Blanco acabou por ser afastado de prova - quando tudo indicava que estava dentro - saindo de Iquique no 13.º lugar. É lógico que a justiça desportiva deve estar estar sempre em primeiro lugar, mas duas horas depois de o resultado ter sido anunciado é um bocado ridículo. Até parece, não estamos a dizer que foi, um daqueles episódios fabricado, bem ao estilo da América do Sul. 

Relativamente ao resultados finais, o australiano Jack Robinson acabou por levar a melhor, com 12.13 pontos, sobre, precisamente, Alonso Correa, que somou 10.77, o tal peruano que supostamente havia sido eliminado em terceiro lugar na bateria do português, mas que acabou resgatado para a competição. Até podemos dizer que na vez de Alonso poderia estar agora Miguel.  

Bem, para Blanco, Luís Perloiro e Nic von Rupp segue-se agora o Maui and Sons Arica Pro Tour, QS3,000 em Arica (Chile), etapa 31 do WQS que tem lugar entre 29 de maio a 3 de junho.