"[Fast Eddie] é o dono da ilha, manda e desmanda"
Quem o diz é o brasileiro Wiggolly Dantas que mantém uma relação especial com o havaiano…
Wiggolly Dantas, número 26 do ranking mundial, não conseguiu o objetivo de vencer a Triple Crown of Surfing nem garantir a requalificação para o World Tour do próximo ano. O melhor resultado que conseguiu esta temporada foi um 5.º lugar no Billabong Pro Tahiti.
Eram estes os objetivos do surfista de São Paulo para este mês de dezembro no Havai, arquipélago que conhece desde os 13 anos, considera uma segunda casa e chega a passar cerca de 6 meses por ano.
De acordo com o Globo Esporte, quando se encontra no Havai, Wiggolly fica quase sempre na casa de Eddie Rothman que conheceu aos 7 anos de idade. Eddie, ou “Fast Eddie”, é um dos fundadores do Da Hui (Black Trunks) e também uma espécie de xerife do North Shore de Oahu.
"Ele é o dono da ilha, manda e desmanda, mas é o que eu falo: tem que ter (um líder). Tudo o que acontece, ele sabe. O Eddie ajuda muitas pessoas aqui. Mas todo o mundo tem medo. Antigamente, o localismo era totalmente diferente. Hoje em dia, está mais tranquilo, mas ele ainda é um cara especial, que, querendo ou não, manda na ilha”, diz o surfista brasileiro.
Na entrevista, Dantas, que conheceu "Fast Eddie" no Brasil ainda em criança, esclarece ainda como tudo se passou: “Acabei indo e fico há 13 anos na casa dele. Sei que muita gente tem medo, mas me eu sinto muito à vontade e tranquilo com ele. Eu já trouxe a minha mãe e a minha família para conhecê-lo, ele ficou agora no Brasil na minha casa. É um segundo pai. Gosto muito do Havaí, é a minha segunda casa. Passo muito tempo aqui, tenho o meu espacinho, gosto das ondas, da cultura, do espírito aloha... Tenho amigos e família aqui. Fui adotado pela família havaiana e isso é muito especial”.
Wiggolly Dantas falou ainda da preservação da natureza na costa norte, que vê como sendo um ponto positivo do localismo, e da crescente tensão entre o Brasil e o Havai que é um resultado direto da corrida ao título entre John John e Gabriel Medina.
Para terminar traçou algumas metas e sonhos futuros: quer ser campeão do World Tour e vencer também no Big Wave Tour, onde deseja competir assim que se aposentar do WCT. Wiggolly Dantas disse ainda ser viciado em adrenalina, por estar sempre à procura de mares grandes e pesados; e só se vê a deixar a competição aos 35/38 anos.
Wiggolly Dantas e "Fast Eddie", uma relação improvável no mundo do surf... mas real.
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AF