Causas para o aumento da atividade de tubarões?
Número de avistamentos na Califórnia disparou e o pânico ameaça instalar-se…
O violento ataque de tubarão do passado sábado a uma mulher, que permanece em condição muito crítica, foi o segundo registado nos últimos 11 meses em Orange County. A frequência de avistamentos e o aumento da atividade, um pouco por todo o lado mas especialmente na área de San Diego, tem vindo a gerar uma onda de medo entre a população de surfistas e utilizadores regulares das praias.
O alerta foi dado. Em Orange County, Califórnia, por exemplo, muitos tubarões têm sido observados demasiado junto da costa e a “conviverem” lado a lado com os surfistas em alguns emblemáticos picos de surf como é o caso de Trestles.
Numa peça publicada pela Surfer Magazine, o Dr. Chris Lowe, diretor do Laboratório de Long Beach da Universidade da Califórnia, que estuda os tubarões, explicou por onde estes andam e o que está no cerne dos recentes ataques. O Dr. Lowe começou por referir que os ataques não foram isolados, mas seguem um padrão existente já há alguns anos - com grupos de tubarões a reunirem-se junto à costa de forma periódica. Esses locais de reunião (denominados de “hot spots”), sem qualquer surpresa, são precisamente as zonas onde ocorreram os recentes encontros e ataques.
Por onde andam os tubarões?
De acordo com o Dr. Chris Lowe, “Desde Santa Bárbara a Ventura, mas também na baía de Santa Mónica e em Huntington Beach. Por último, entre Dana Point e San Onofre”. Segundo o especialista, a maior parte dos animais observados, entre maio e outubro, são bebés que têm até 1 metro de comprimento. Uma vez que encontram um dos “hot spots” podem manter-se por lá cerca de um mês, só depois mudam para outra zona.
Causas que sustentem o aumento da atividade?
Uma das razões encontradas para justificar o aumento da atividade de tubarões prende-se com o estado dos oceanos que estão comparativamente mais saudáveis do que há 40 anos atrás. Lowe explicou que “a água do Pacífico está de um modo geral mais limpa e os animais marinhos, que são os grandes visados dos tubarões, estão mais protegidos desde que as novas regras de supervisão da pesca foram implementadas”.
Como consequência, a população de focas e leões-marinhos está a aumentar, e a população de tubarões também segue o mesmo caminho. A fonte de alimento estende-se ao longo das praias do sul da Califórnia e os predadores, como é de esperar, apenas se movem para junto do “buffet”.
“Muitos desses animais são migratórios e a determinada altura partirão para o meio do Pacífico. No entanto, no verão e no início de outono, eles regressam para as praias da Califórnia e é nessa altura que os tubarões-brancos tendem a dar sinal. Os tubarões seguem apenas a sua fonte de alimento,” explica o Dr. Lowe.
Como nota de rodapé, vale frisar que muita da pesquisa feita em tubarões é um “work in progress” e que muita coisa é ainda desconhecida. “Não sabemos o que se passa debaixo de nós, como são analisados e calculados os nossos movimentos feitos à superfície, até que é demasiado tarde,” diz o investigador.
Portanto, bom senso aconselha-se. "É preciso ser esperto na hora de entrar na água,” diz o Dr. Chris Lowe, que remata dizendo: “Se estás no outside e há um animal marinho morto a flutuar ao teu lado, então muito provavelmente o melhor que deves fazer é sair da água."