O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, está a recolher dividendos da sua própria invenção. A tempestade gerada através das redes sociais - nomeadamente o Facebook - levaram-no a refletir e a voltar atrás nas ações judiciais que tinha empreendido há algumas semanas junto de vários nativos havaianos. 

Em causa, a sua nova propriedade no Havai, na ilha de Kauai, de 700 acres, cujo valor estimado de compra foi de 100 milhões de dólares. A fúria da comunidade local fez-se sentir quando este, após a compra, não perdeu tempo em erigir um muro (feito em pedras de lava) com cerca de 2 metros em torno da propriedade ao qual se seguiram oito processos judiciais contra nativos havaianos de forma a adquirir cerca de 14 parcelas de terrenos (que por tradição e lei havaiana datada de 1850 pertencem às famílias dos nativos). 

Num jornal local, o bilionário retratou-se através da publicação de uma carta aberta, onde se pode ler: 

“Após reflexão, arrependo-me por ter agido e não ter dedicado mais tempo a compreender realmente o processo de transição de propriedades e a sua história. Agora que compreendo melhor o assunto, é bem claro que cometemos um erro.

O caminho certo é sentarmo-nos e discutir a melhor forma de avançarmos. Continuaremos a falar com os líderes da comunidade que representam os diferentes grupos, incluindo os nativos havaianos e ambientalistas, de forma a encontrarmos a melhor solução.

Paralelamente, estamos à procura de mais formas para ajudar a comunidade e os nossos vizinhos. Já contribuímos para várias organizações da comunidade e continuaremos a fazê-lo. Trabalhamos com especialistas de vida selvagem de forma a protegermos espécies em risco. Esperamos fazer muito mais no futuro.

Nós amamos o Kauai e queremos ser membros válidos da comunidade durante muito tempo. Obrigado por receberem a nossa família na vossa comunidade." 

A carta de Zuckerberg surgiu logo após um enorme protesto junto dos novos muros erigidos da sua recente aquisição. A comunidade de Kauai está furiosa e não gostou particularmente da sua forma (pouco subtil) de atuação. Após semanas de polémica, os processos foram retirados. 

É verdade que Mark Zuckerberg pode ter feito fortuna à conta do uso de informação e dados de todos nós, à qual deixámos e até demos o aval, mas, atenção, uma ilha não é pertença de um Homem só. Ela é de uma enorme comunidade. Nenhum Homem é uma ilha.