KEPA ACERO SALVO POR AMIGOS EM MUNDAKA
Free surfer basco lesiona-se no pescoço e quase morre afogado…
Um bom exemplo de que, por vezes, até os mais experientes e veteranos atletas estão sujeitos às rasteiras da vida e do dia-a-dia. Todo o cuidado é pouco.
O surfista basco Kepa Acero, outrora um dos competidores europeus mais ativos no campo da competição, mas nos últimos anos a enveredar por uma carreira de soul-free-surfer; quase morreu no passado dia 2 de janeiro em Mundaka. A onda do País Basco, situada no norte da Península Ibérica, é conhecida internacionalmente pelos seus longos e redondos tubos, estando considerada uma das melhores do planeta, quebrou absolutamente clássica no 1.º de janeiro.
No dia seguinte, as condições mantiveram-se e foram muitos os surfistas que voltaram à carga, incluindo Kepa, mas uma queda inesperada apanhou desprevenido o experiente free surfer basco, que não só se apagou por uns instantes como se viu subitamente incapaz de nadar para a superfície e quase se afogou numa arena que conhece como a palma da sua mão.
Por sorte, a armada local encontrava-se na água e socorreu-o prontamente, resgatando-o ainda com vida. Num comunicado público, nas redes sociais, Kepa Acero veio agradecer a todos e informar ainda que se lesionou no pescoço e nas costas, mas que, milagrosamente, a espinal medula não foi afetada.
As suas palavras foram estas:
“Só posso começar por agradecer a todos os que me acompanharam nestes dias tão duros que me tocaram a mim e aos meus. Agradeço especialmente a Lander e Iñigo que me salvaram a vida na barra de Mundaka. A eles estarei eternamente agradecido.
No dia 2 de janeiro, por volta do meio-dia, tive uma queda fatal em Mundaka. Caí de cabeça diretamente ao fundo e por momentos perdi os sentidos devido ao embate. O momento que recordo a seguir estava debaixo de água, a querer chegar à superfície, mas as minhas mãos e pernas não respondiam às ordens que dava.
Pensei então que não sobreviveria.
Não recordo mais nada. Mais tarde fiquei a saber que Lander e Iñigo me puseram em cima da prancha e me retiraram da zona de impacto. Perdi até a visão.
Os meus amigos Natxo Gonzalez, Nando Arostegi Restrepo, Euken Imassa e Alex Gironi retiraram-me da água e, após algumas horas de agonia, cheguei ao hospital de Cruces. Disseram-me que tinha partido o pescoço, com uma cervical e dorsal partidas.
Milagrosamente, a medula espinal não foi atingida; posso assim dar graças por poder sentir e mover o meu corpo, pernas e braços.
Tenho a sensação de ter voltado a nascer duas vezes num só dia e o meu agradecimento vai para todos os que me têm acompanhado, que me resgataram, os médicos, todos os que me têm animado, no azar e na vida, sobretudo na vida.
Muito obrigado novamente e agora sim, mais do que nunca e de verdade, vamos desfrutar da vida, como se ela fosse nossa. Serei operado na quarta-feira.
Um forte abraço a todos!"
>> VÊ AQUI AS ONDAS DE MUNDAKA NO PASSADO DIA 1/JANEIRO