Da cama do hospital, Kepa Acero a mandar uma mensagem muito especial. Da cama do hospital, Kepa Acero a mandar uma mensagem muito especial. Foto: Aqruivo Pessoal segunda-feira, 09 janeiro 2017 10:28

KEPA ACERO SALVO POR AMIGOS EM MUNDAKA

Free surfer basco lesiona-se no pescoço e quase morre afogado… 

 

Um bom exemplo de que, por vezes, até os mais experientes e veteranos atletas estão sujeitos às rasteiras da vida e do dia-a-dia. Todo o cuidado é pouco

 

O surfista basco Kepa Acero, outrora um dos competidores europeus mais ativos no campo da competição, mas nos últimos anos a enveredar por uma carreira de soul-free-surfer; quase morreu no passado dia 2 de janeiro em Mundaka. A onda do País Basco, situada no norte da Península Ibérica, é conhecida internacionalmente pelos seus longos e redondos tubos, estando considerada uma das melhores do planeta, quebrou absolutamente clássica no 1.º de janeiro. 

 

No dia seguinte, as condições mantiveram-se e foram muitos os surfistas que voltaram à carga, incluindo Kepa, mas uma queda inesperada apanhou desprevenido o experiente free surfer basco, que não só se apagou por uns instantes como se viu subitamente incapaz de nadar para a superfície e quase se afogou numa arena que conhece como a palma da sua mão. 

 

Por sorte, a armada local encontrava-se na água e socorreu-o prontamente, resgatando-o ainda com vida. Num comunicado público, nas redes sociais, Kepa Acero veio agradecer a todos e informar ainda que se lesionou no pescoço e nas costas, mas que, milagrosamente, a espinal medula não foi afetada. 

 

As suas palavras foram estas:

 

“Só posso começar por agradecer a todos os que me acompanharam nestes dias tão duros que me tocaram a mim e aos meus. Agradeço especialmente a Lander e Iñigo que me salvaram a vida na barra de Mundaka. A eles estarei eternamente agradecido. 

No dia 2 de janeiro, por volta do meio-dia, tive uma queda fatal em Mundaka. Caí de cabeça diretamente ao fundo e por momentos perdi os sentidos devido ao embate. O momento que recordo a seguir estava debaixo de água, a querer chegar à superfície, mas as minhas mãos e pernas não respondiam às ordens que dava. 

Pensei então que não sobreviveria. 

Não recordo mais nada. Mais tarde fiquei a saber que Lander e Iñigo me puseram em cima da prancha e me retiraram da zona de impacto. Perdi até a visão. 

Os meus amigos Natxo Gonzalez, Nando Arostegi Restrepo, Euken Imassa e Alex Gironi retiraram-me da água e, após algumas horas de agonia, cheguei ao hospital de Cruces. Disseram-me que tinha partido o pescoço, com uma cervical e dorsal partidas. 

Milagrosamente, a medula espinal não foi atingida; posso assim dar graças por poder sentir e mover o meu corpo, pernas e braços. 

Tenho a sensação de ter voltado a nascer duas vezes num só dia e o meu agradecimento vai para todos os que me têm acompanhado, que me resgataram, os médicos, todos os que me têm animado, no azar e na vida, sobretudo na vida. 

Muito obrigado novamente e agora sim, mais do que nunca e de verdade, vamos desfrutar da vida, como se ela fosse nossa. Serei operado na quarta-feira.

Um forte abraço a todos!"

 

>> VÊ AQUI AS ONDAS DE MUNDAKA NO PASSADO DIA 1/JANEIRO

 

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