"É LITERALMENTE A CALIFÓRNIA DA EUROPA, SEM TUBARÕES"
O impacto do surf na economia em Portugal tem cada vez mais eco lá fora.
Num artigo publicado pelo site inquirer.net, é destacada a crescente importância das ondas na economia portuguesa, bem como o crescimento da indústria no nosso país.
Desde as ondas grandes da Nazaré, até à paragem do WCT em Peniche, são alguns os exemplos nomeados, chegando a existir uma comparação com o Havai. A propósito de Peniche, ficam as declarações do líder do município, António José Correia: “Estar incluído na elite do mundo do surf, ser uma das duas paragens que precedem o Havai - que é uma referência e onde todos sonham ir - é muito positivo para nós”.
Investigadores da Escola de Tecnologia do Mar de Peniche apresentaram os resultados do seu estudo sobre o impacto económico que a etapa do World Championship Tour teve no ano passado. 7,8 milhões de euros foi o valor apresentado, que representa um acréscimo de 14 mil euros relativamente ao ano de 2012.
E não são só os portugueses a destacar este sucesso. Oscar Araus, de Espanha, afirmou: “É um sítio muito bom. Reparem, eu sou espanhol, e ultimamente nós preferimos vir a Portugal surfar, em vez de o fazer em Espanha. Acho que isso diz tudo”.
O surf atraiu naturalmente a atenção do governo português, como admite Adolfo Mesquita Nunes, Secretário de Estado para o Turismo. “Hoje em dia já somos conhecidos como um destino de surf, mas precisamos de atingir o nível em que a primeira coisa que venha à cabeça de um surfista que esteja a começar, ou de um mais experiente , seja - ‘Temos de ir a Portugal surfar’.
Garrett McNamara, um dos principais entusiastas das ondas lusas, tem acompanhado de perto estes fenómenos. “Sou um sortudo por já ter viajado por todo o mundo, e Portugal não era um destino, porque eu não sabia. Agora que sei, sinto que é o meu dever dar a conhecer ao mundo o quão fantástico é, como eu próprio descobri. É literalmente a Califórnia da Europa, mas sem tubarões”, sentenciou.
Outro local em destaque no artigo é a Ericeira, enquanto ‘World Surfing Reserve’ - título que recebeu em 2011, e que junta a localidade a destinos como Santa Cruz e Malibu nos EUA, Manly na Austrália ou Huanchaco no Perú.
Também a indústria das escolas e lojas merece uma nota, e o shaper Nick Uricchio, fundador da Semente, falou sobre o tema. “Há mais dinheiro a circular numa base anual do que antigamente”, afirmou Nick, que se estabeleceu no nosso país em 1982. “O turismo de surf tem feito uma grande diferença no nosso negócio, porque há muita gente a ficar mais tempo (…) Antigamente apenas vendíamos no Verão. O surf já tem um grande impact na economia e no turismo, e acredito que possa ter ainda mais”, finalizou.