Munido da experiência de surfar ondas grandes em spots como Jaws e Nazaré,  o empresário e surfista Eloy Lorenzo Junior fez parceria com o amigo Andrei, que conheceu em Bali o ano passado, e atacou Uluwatu gigante. “Não fizemos qualquer planeamento de segurança, simplesmente confiámos um no outro e em Deus”, confessa.

Eloy vai dizendo que a onda que filmámos não foi, de todo, a maior que já surfou, mas foi a mais “longa e intensa”: “Foi uma onda muito perfeita e eu consegui surfar com a 5’8 tow board by kazuma. Consegui uma linha perfeita em todas as sessões e estou muito satisfeito com o resultado. Foi muita adrenalina ter conseguido andar em tão alta velocidade do início ao fim.”

Acerca da ausência de medidas de segurança, Eloi desenvolve: “Eu e Andrei já tínhamos planeado tudo na noite anerior. O nosso entrosamento no jet ski foi formidável. Foi a primeira vez que fizemos dupla de tow in e parecia que o fazíamos há anos, Incrível! Não tínhamos sledge mas conseguimos fazer o nosso resgate e apanhar a prancja antes dela cair nas pedras. É que não uso leash quando faço tow in...”

Elou Lorenzo Junior é um ilustre anónimo do Mundo do surf que surfa “desde a barriga da mãe”: “Surfo desde a barriga da minha mãe porque os meus pais gostavam de ‘pegar jacaré’ quando ela estava grávida. Meu pai me deu uma prancha de isopo que assava a barriga quando eu tinha 3 anos.”

A primeira “prancha de verdade” teve de esperar até o pai se cansar de ver o filho se esfolar todo a cair de skate, recorda o brasileiro: “Era uma Maurício Abulkaki quebra coco creations 6’4. Foi com essa prancha que comecei a surfar em Salvador da Bahia, a minha cidade natal. O meu pico era a praia Piatã e no primeiro dia, com essa prancha, peguei uma espuma bem grande, a onda reformou e a sensação que tive mudou a minha vida.”

O gosto pelas ondas grandes foi cultivado com o cunhado e seu pai no pico local de Itapuã.

Fortemente empenhado nos seus empreendimentos no ramo da agropecuária e exploração mineira, Eloy fez a primeira viagem para surfar ondas grandes em 2016, ao mítico pico de Jaws, na ilha havaiana de Maui. “Meu sonho era pegar aquela onda, pelo que foi a minha primeira viagem internacional. Entrei dia 1 de Janeiro de 2016, sozinho, pelas pedras. Surfei na remada ondas de 15 a 18 pés. Nenhum amigo para me acompanhar, jet ski ou colete. Nada”, conta com emoção

Em Maio de 2017 veio para Bali e aí, em Uluwatu, assegura, apanhou a melhor onda da sua vida: “Dia 5 de Junho de 2017, estava com a minha 7’4, e a onda era muito lisa e grande, a parede da onda parecia uma avenida, com 12 a 15 pés, clean. A onda entrou de uma direção diferente da habitual e a parede da onda ia para dentro do mar. Começou na bombie e fiz três tubos de três baforadas. Saí dessa onda quase em Padang Padang. Foi a melhor onda da minha vida. Sem nenhum registo, nem uma foto, infelizmente. Ficou na minha memória.”

Voltando à sessão que a Surftotal captou, em Uluwatu, Eloi esclarece que, apesar da ausência de medidas de segurança a coisa esteve longe de ser um improviso ou inspiração do momento: Sou um apaixonado pelo oceano e sempre treinei muito duro durante anos. Dediquei muito da minha vida ao surf de onda grandes e sempre persegui esse sonho da ondas grandes e perfeitas. No ano passado, tive essa visão desta onda grande, longa e perfeita e preparei-me o ano todo para isso. E graças a Deus consegui. Eu sei que é Deus em primeiro lugar em minha vida e que isso que está acontecendo.”  

 Ficamos então a aguardar mais ondas e momentos espectaculares deste brasileiro apaixonado pelas ondas grandes. Obrigado Eloy!