Por Patrícia Tadeia

Ano novo, vida nova, resoluções… antigas! É verdade. Todos os anos é a mesma história. “Vou fazer dieta”, “vou deixar de fumar”, “vou comer menos doces”, “vou praticar exercício”, e “vou fazer uma aula de surf”. Uma rápida pesquisa pelas notícias sobre resoluções de ano novo, a nível internacional, permitem-nos concluir que há algo que coincide em todas elas: a vontade de aprender este desporto, ou, pelo menos, praticá-lo mais vezes por ano.

 
É isso mesmo que encontramos, por exemplo, neste artigo do site Gizmodo. “Há alguma coisa com a qual sempre tenha sonhado? Faça-a. Marque uma aula de surf”, lê-se.

 
Também no site de viagens Trav Pr se sugere o surf como forma de estar em forma em 2014. “Esqueça a mensalidade do ginásio, e as dietas entediantes e faça uma resolução mais global. Por que não viajar até ao Peru, subir o Kilimanjaro, experimentar Muay Thai ou aprender a surfar na Austrália?”

E até os atletas de topo, que não são surfistas profissionais, elegem o surf como uma resolução. É isso que acontece com Luke McKenzie, o atleta de triatlo australiano. Ao site Triathlete Europa defende que quer “passar menos tempo ao computador, ao telefone e na Internet e sair mais para fazer surf, golf e andar de bicicleta”.

 
Por cá, fomos saber se as escolas de surf notam um aumento da procura por aulas de surf durante esta época. “Em anos anteriores sim, este ano, talvez pelo mau tempo, não tivemos ainda procura com esse sentido”, diz à SurfTotal Dário Rodrigues da Lufi SurfSchool, uma escola de surf localizada na Costa da Caparica.
 

“Em anos anteriores algumas pessoas aparecerem a dar esse argumento”, das resoluções de ano novo, acrescenta. “Este ano ainda não apareceu ninguém, pelo menos que o confessasse, por esse motivo. Mas é mais habitual a compra de aulas para oferta no Natal”, diz ainda.

Já no Surfing Clube de Portugal houve “até algumas inscrições no início do ano”, conta João Ferreira. “Mas nada que nos permita afirmar com certeza que há uma revolução ao nível das resoluções de ano novo que empurre o surf para o topo das preferências. É uma facto que o surf conquista cada vez mais adeptos e que é cada vez mais transversal no que diz respeito às gerações, ao género e ao extrato socio-economico”, acrescenta à SurfTotal.

“No Surfing Clube de Portugal podemos não estar a sentir o impacto das resoluções de ano novo de forma tão significativa porque vimos de um último trimestre de 2013 muito positivo. Por uma questão de tendência generalizada e de visibilidade do clube que no último trimestre recebeu e promoveu várias provas de modalidade de Surfing o crescimento do número de praticantes e da intensidade com que praticam foi assinalável. O último trimestre de 2013 foi possivelmente o melhor trimestre de sempre do Surfing Clube do Estoril o que nos deixa felizes, orgulhosos e com grandes expectativas para 2014”, diz ainda João Ferreira deixando algumas apostas para 2014: “O Surf no Desporto Escolar, claro (e esta é uma aposta para 2014, 2015, 2016...) e... o objetivo de pôr mais miúdas dentro de água”, conclui.

Já David Prescott, agora em São Miguel, Açores, mas que durante 10 anos deu aulas de Surf na Angels SurfSchool, em Carcavelos, confessou que não tem notado uma maior procura da modalidade no início do ano. “Antes pelo contrário, parece que a malta vai toda nas férias de Natal e gasta o dinheiro em prendas... Aulas em janeiro sempre foi muito fraco, acho mesmo que é o pior mês do ano. Também é um mês muito difícil para dar aulas, frio, mar gigante... Acho que o pessoal aguenta pelas férias de Carnaval para começar. Mas aparece sempre alguém decidido a começar, precisamente no espírito de resolução de ano novo”, conta à SurfTotal.

Começando em Janeiro, ou em Fevereiro, pode ser sempre uma resolução a ter em conta se ainda não és praticante de surf!