O Sumol Porto Pro, a terceira etapa da Liga MOCHE 2016, não foi uma prova fácil de realizar. As ondas pequenas dificultaram em muito os desempenhos dos melhores surfistas nacionais que competem na Liga atualmente. 

Mesmo assim, é de salientar o facto da organização ter optado por terminar a prova no sábado, um dia antes do previsto, pois no domingo não havia mesmo ondas. E nas ondas de meio metro que rolaram em Leça da Palmeira, entre sexta-feira e sábado, houve mesmo quem desse nas vistas, gerando velocidade suficiente para sair a voar nos pequenos wedges que se iram formando. Nós gostámos, e o público na areia e também aquele que acompanhou pelo webcast também gostou certamente. 

Vitória da experiência

Pedro Henrique, o vencedor masculino, foi um dos atletas que sobressaiu na competição, desde a primeira fase. Ele gerou muita velocidade e voou muito, destacando-se da concorrência desde muito cedo. Marlon Lipke, que obteve a sua última vitória na Liga em 2013, mostrou um estilo claramente diferente, mais focado no rail, no carving e na pressão, no entanto, também funcional e acabou por ser um justíssimo finalista vencido. No entanto, é de sublinhar o ótimo desempenho de ambos os surfistas ao longo do evento, sempre muito seguros e consistentes. Parece-nos que, acima de tudo, esta foi também um vitória da experiência, pois tanto Henrique como Lipke têm mais de 30 anos. 

Destaques da etapa

O quinto lugar alcançado por Pedro Coelho não passa despercebido, ainda mais depois de ter eliminado Gony Zubizarreta, mas a chegada às meias finais de Filipe Jervis, pela segunda vez consecutiva, conquista toda a atenção. A questão impõe-se: para quando uma final?

- Filipe Jervis a soltar criatividade. Foto: Pedro Mestre/ANS

Gigantes arredados da luta

O primeiro a ser afastado da competição foi Vasco Ribeiro, ainda na ronda 2, terminando num 17º lugar muito pouco confortável. Seguiu-se-lhe Frederico Morais, atual campeão da Liga e vencedor da etapa anterior, às mãos de Filipe Jervis e Guilherme Fonseca. Mais tarde também Gony Zubizarreta, José Ferreira e Tiago Pires caíram face às pequenas ondas e, claro, à inspirada concorrência. 

Surpresas no feminino

Teresa Bonvalot, a bicampeã nacional de surf, voltou a não marcar presença numa final da Liga Moche, a segunda em três etapas, enquanto Carol Henrique voltou a vencer, depois da etapa da Costa de Caparica, de forma bem convincente. Carol já é a líder do ranking. De realçar também a consistência de Camilla Kemp, conseguindo marcar presença em mais uma final; e ainda a prestação de Mariana Garcia, que alcançou um brilhante terceiro lugar, e também a jovem Carolina Santos, que mostrou muita garra e bom surf, terminando em sétimo lugar neste que foi o seu primeiro campeonato na Liga MOCHE. Há aqui sumo para explorar no futuro. 

- Carol Henrique venceu a segunda etapa consecutiva e é líder isolada. Foto: Pedro Mestre/ANS

Por último, vale sublinhar que esta prova do Porto é importante porque é a que se encontra a meio do circuito e, além de definir as posições no ranking, detém também um dado curioso: quem venceu no Porto, nos últimos anos, acabou por se tornar campeão nacional no final do ano. Fiquem com esse pensamento… 

Quanto a rankings, Gony Zubizarreta lidera no masculino, estando agora Pedro Henrique na segunda posição e Marlon Lipke em terceiro. Nas senhoras, Carol Henrique é agora líder isolada, seguida por Camilla Kemp e Teresa Bonvalot nas segunda e terceira posições, respetivamente.

A próxima etapa da Liga MOCHE está agendada para a Praia Grande, Sintra, entre os dias 3 e 5 de junho.

Masculino (após 3 etapas)

01. Gony Zubizarreta 2260 pts

02. Pedro Henrique 2230 pts

03. Marlon Lipke 1970 pts

04. Filipe Jervis 1910 pts

05. Vasco Ribeiro 1870 pts

06. José Ferreira 1840 pts

07. Tomás Fernandes 1830 pts

08. Tiago Pires 1790 pts

09. Guilherme Fonseca 1720 pts

10. Eduardo Fernandes 1580 pts

Feminino (após 3 etapas)

01. Carol Henrique 2730 pts

02. Camilla Kemp 2590 pts

03. Teresa Bonvalot 2320 pts

04. Mariana Garcia 1895 pts

05. Leonor Fragoso 1730 pts