Como se impõe nesta data, é chegada a altura de fazer um balanço do que foi o surf a nível nacional, enquanto desporto e indústria, bem como da projeção que os nossos atletas atingiram em termos internacionais. Aqui ficam alguns dos momentos-chave de 2015.

KIKAS E VASCO NO MOCHE RIP CURL PRO PORTUGAL

Um dos momentos altos do ano foi sem dúvida a participação de Frederico Morais e Vasco Ribeiro no Moche Rip Curl Pro de Peniche, onde juntamente com Tiago Pires estiveram como wildcards. Vasco, com um 3º lugar e Frederico Morais com um 5º, mostraram ser possível competir - com sucesso - entre a elite mundial, e que o sonho é possível. Pelo caminho eliminaram surfistas como Jeremy Flores, Michel Bourez, Adriano de Souza ou Mick Fanning. Para 2016 a aposta destes surfistas será ainda mais convicta no ataque ao circuito de qualificação QS - onde este ano terminaram no top 100, cinco surfistas: Pedro Henrique, Vasco Ribeiro, Frederico Morais, Tiago Pires e Marlon Lipke.

PEDRO HENRIQUE CAMPEÃO EUROPEU

Pedro Henrique, surfista brasileiro que reside em Portugal, optou este ano por representar o nosso país no circuito mundial da WSL, e fê-lo da melhor forma, ao garantir o título de campeão europeu e tendo lutado até ao final do ano por uma vaga no Championship Tour, terminando o ano como o representante nacional melhor classificado no ranking QS, no 43º lugar.

Pedro Henrique - Foto: WSL

OS CAMPEÕES NACIONAIS

Nas competições a nível nacional, natural destaque para o título de campeão nacional conquistado por Frederico Morais, o segundo na sua carreira. O vice-campeão foi Tiago ‘Saca’ Pires, e o terceiro lugar do pódio ficou entregue a Vasco Ribeiro, campeão em 2014. Entre as mulheres foi Teresa Bonvalot a arrecadar novamente o título de campeã nacional, seguida de Camilla Kemp e Carina Duarte.

Teresa Bonvalot - Foto: André Neto 

Kikas - Foto: Ricardo Bravo


O Campeonato Nacional de Surf Esperanças - cuja remodelação do modelo competitivo, com circuitos regionais, permitiu aliviar a carga física e financeira dos jovens surfistas, elevando assim o nível das provas -, contou com os triunfos de Guilherme Fonseca (sub 18) e Vasco Mónica (sub 16). No quadro feminino brilhou intensamente Camila Costa, que arrecadou os títulos nacionais de sub 16 e sub 18.

No Circuito Nacional de Longboard o título de campeão foi para João Dantas, seguido por Diogo Gonçalves e Eduardo Ribeiro. No Campeonato Nacional de Longboard Feminino o número 1 ficou entregue a Kathleen Barrigão. Destaque também para o primeiro ano do Circuito Nacional de Bodysurf, com António Stott a sagrar-se campeão nacional.


Kathleen Barrigão - Foto: José Barrigão

PORTUGAL: HOT SPOT DE SURF

Ao nível das competições internacionais que se disputam por cá, 2015 foi um ano de consolidação de Portugal como um dos países onde mais investimento tem sido realizado por via destes eventos internacionais, nomeadamente as provas do circuito QS nos Açores e Cascais, bem como as etapas do Championship Tour masculino (Moche Rip Curl Pro Peniche), e feminino (Cascais Women’s Pro). A Nazaré continua a ser um local incontornável, com os melhores big riders mundiais a acorrerem em massa no final do ano para se aventurarem nas ondas gigantes da Praia do Norte. De tal forma que este ano surgiu uma nova competição, a Red Chargers, que premeia e dá ainda mais visibilidade aos bravos atletas que se aventuram no ‘Canhão’.

INDÚSTRIA

No que diz respeito à indústria, destaque para a forte aposta da Rip Curl em Peniche, onde foi lançada em outubro a primeira pedra do que será o ‘quartel-general’ da marca em Portugal. Um espaço com 1000 metros quadrados que incluirá uma loja, um showroom e os escritórios da Rip Curl. De realçar também a forte aposta da Deeply, marca nacional que decidiu apostar no patrocínio ao surfista Vasco Ribeiro, numa demonstração de crescimento e de aposta num futuro ainda mais consistente. O nose da prancha do surfista da Poça ostenta agora uma marca nacional, que logo no primeiro ano de ligação a Vasco Ribeiro, viu o atleta brilhar ao mais alto nível na etapa do CT que passou por Portugal. De notar também a entrada em força da Prozis no mundo do surf, tivemos este ano, pela primeira vez, uma marca de suplementos alimentares a patrocinar um evento da WSL, mais precisamente o Prozis Pro Junior de Espinho.


Vasco Ribeiro - Foto: WSL 

MEDIA

Por vários motivos a produção ‘My Road Series’ de Nic von Rupp foi um dos acontecimentos do ano. A excelência da produção - uma série de documentários realizados pela dupla Dinis e Gustavo - levou verdadeiras enchentes ao icónico cinema de São Jorge, numa demonstração de vitalidade da paixão dos portugueses pelo surf. À parte da sua incursão cinematográfica, o surfista da Praia Grande continua a ser aclamado como um dos melhores tube riders europeus, bem como um dos surfistas mais destemidos do Velho Continente. Em termos competitivos, Nicolau trouxe ainda a medalha de prata dos World Surfing Games na Nicarágua.

Nic Von Rupp's : MY ROAD SERIES | Teaser from Nic von Rupp on Vimeo.

SELEÇÃO NACIONAL

Mas nem só dos circuitos WSL reza a história para os surfistas nacionais em 2015. No circuito Volcom Totally Crustaceous Tour, Portugal esteve representado na grande final mundial por três atletas: Camilla Kemp, João Moreira e Afonso Antunes. Nos World Surfing Games da ISA, a Seleção Portuguesa garantiu a sua melhor classificação de sempre, ao trazer da Nicarágua a medalha de prata por equipas, e a prata individual para Nic von Rupp na competição masculina.

A Seleção na Nicarágua - Foto: FPS

CAPÍTULO PERFEITO

Evento sempre em destaque é o Allianz Capítulo Perfeito powered by Billabong, que teve este ano novamente lugar em Carcavelos, numa competição ganha pelo brasileiro Bruno Santos. O Capítulo Perfeito ficou marcado pela emoção, em face da trágica morte do também brasileiro Ricardo dos Santos, que acabaria por ser substituído por Bruno, o vencedor do que ficaria conhecido com o ‘Capítulo de Todos os Santos’. A prova este ano segue para a Praia do Norte e promete momentos de grande espetáculo nos tubos nazarenos.