THE PORTUGUESE STORM
Dissecámos os três surfistas portugueses que receberam a convocatória para o Moche Rip Curl Pro Portugal…
À imagem do que acontece com a Brazilian Storm no World Tour da WSL, que visa enaltecer os feitos e o talento da nova armada de surfistas brasileiros que têm vindo a causar sensação entre a elite mundial do surf, também este ano podemos contar com a Portuguese Storm no Moche Rip Curl Pro Portugal. Nunca uma prova do WCT teve tantos portugueses a competir, e logo três: Vasco Ribeiro, Tiago Pires e Frederico Morais.
O trio lusitano está motivado, deseja apresentar bom surf em Peniche e também, quem sabe, alcançar um pouco mais nesta que é a décima e penúltima etapa do World Tour 2015. A ação ainda não começou, fruto das condições do mar, por isso, mais vale ficarmos a conhecer um pouco melhor os três wildcards que vão enfrentar os melhores surfistas do mundo.
Frederico Morais, 23, acaba de se sagrar Campeão da Liga Moche 2015 e vai com tudo para o CT português. E não é para menos, pois, se os nossos leitores bem se recordam, o surfista de Cascais já causou sensação neste mesmo evento em 2013, ficando conhecido na altura como o tomba-gigantes, ao eliminar o eterno favorito Kelly Slater.
Em dezembro de 2013 Kikas também esteve em destaque no âmbito da WSL e do surf mundial ao terminar em quarto lugar na Vans World Cup, prova do circuito de qualificação realizada em Sunset Beach, Havai, e que valeu ao atleta português o título de Rookie da Vans Triple Crown of Surfing do mesmo ano.
Atualmente no 54º lugar do ranking da Qualifying Series, o campeão português vai entrar na quinta bateria da primeira eliminatória, juntamente com o norte-americano Kolohe Andino (vencedor do QS Prime Allianz Billabong Cascais Pro) e o brasileiro Adriano de Souza (atual número 2 WCT). “Uma oportunidade destas não se pode deixar escapar, temos que agarrá-la com as duas mãos e fazer o melhor dela. Foi isso que fiz em 2013 e espero fazer novamente este ano,” disse sobre a sua participação no evento.
Tiago Pires, 35, aproveita a sétima edição do Moche Rip Curl Pro Portugal para reencontrar os colegas da WSL. Depois de ter saído do World Tour, o ano passado, onde competiu durante sete temporadas, o surfista da Ericeira, conhecido pelos seus pares como o ‘Portuguese Tiger’, marca presença no evento pela sexta vez (apenas falhou a prova em 2013 devido a lesão no joelho).
Fruto da sua nova condição, este ano voltou a poder lutar pelo título nacional (estando na luta até à derradeira etapa) e no meio do seu vasto currículo podemos encontrar duas fantásticas vitórias em provas mundiais realizadas em Portugal e na sua casa, a bela praia de Ribeira d’Ilhas (Buondi Billabong Pro em 2005 e 2006).
É definitivamente o melhor surfista português de todos os tempos e o primeiro de sempre a ter conseguido a tão difícil qualificação para o escalão máximo do surf mundial. Nos Supertubos vai iniciar a sua atuação com o havaiano Sebastian Zietz e o australiano Mick Fanning (atual número 1 do ranking), no heat 6.
“Voltar a Peniche é sempre uma grande sensação. É certo que este ano não faço parte do ranking, por isso, sinto-me diferente, um pouco como o ‘outsider’, mas estou muito contente por fazer parte deste grande evento. Ao fim e ao cabo, para mim, também é um orgulho ver este evento, que já foi considerado em temos a melhor prova do ano para a WSL; cada vez mais sólido. Estar no meio deste ambiente e ver toda a gente felicíssima é um grande orgulho. Faço parte da festa e vou dar o meu melhor dentro d’água, mas este ano sem pressão!”, adiantou Saca que ocupa neste momento o 89º lugar do ranking WQS.
Vasco Ribeiro, 20, detém já três títulos de Campeão da Liga Moche e recentemente juntou também ao palmarés desportivo os troféus de Campeão Europeu e Mundial de Juniores. O trajeto deste jovem surfista da Praia da Poça, em São João do Estoril, tem sido tudo menos monótono. Muito pelo contrário, avassalador é a palavra mais adequada.
Vasco tem em Kikas e em Kelly Slater alguns dos seus surfistas favoritos, mas reconhece que Tiago Pires é uma boa fonte de inspiração “por tudo o que alcançou e por todas as portas que abriu à nova geração de surfistas portugueses.” Logicamente, em Peniche vai tentar mostrar o seu “power surf” e logo na quarta bateria da ronda 1, onde irá competir com o taitiano Michel "The Spartan" Bourez e o australiano Owen Wright (atualmente número 3 do mundo).
O jovem cascalense ocupa neste momento a 38ª posição no ranking de qualificação, a melhor entre todos os portugueses que batalham pelo acesso à liga principal, e sobre a participação em Peniche referiu que “Estou preparado e confiante. Este é um sítio onde costumo surfar muito e vai ser uma boa oportunidade para poder surfar com alguns dos melhores do mundo. Muitos deles meus ídolos. Enfim, vou dar o meu melhor e espero passar uns heats.”
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Texto: AF // Fotografia: Pedro Mestre/ANS - Associação Nacional de Surfistas