MUNOZ. “JÁ ESTAVA A PENSAR QUE NÃO TINHA PASSADO, QUANDO OUVI A NOTA GRITEI: ‘YEWWW’” ASP / Laurent Masurel quarta-feira, 08 outubro 2014 17:52

MUNOZ. “JÁ ESTAVA A PENSAR QUE NÃO TINHA PASSADO, QUANDO OUVI A NOTA GRITEI: ‘YEWWW’”

Zé Ferreira entra assim no top 100 do ranking mundial 

 

Por Beatriz Silva

Festa feita. O dia amanheceu com a notícia de que Zé Ferreira tinha passado para a terceira ronda do evento prime Cascais Billabong Pro, que decorreu hoje na praia do Guincho. “ Estou mesmo muito feliz e contente por ter passado estas duas rondas, provavelmente num campeonato mais difícil de se fazer. Também tive muitos factores que me ajudaram como ser na minha praia”, afirmou à Surftotal. Com este resultado, o atleta local entra no top 100 do ranking mundial. “Precisava mesmo destes resultados. A partir daqui, tudo o que vier é bónus. Este ano foi um pouco complicado a nível de resultados e os únicos dois campeonatos que me correram bem foram os dos primes em que entrei e portanto estou mesmo muito feliz”, frisou.

Seguiram-se Adriano de Souza, Marco Fernandes, Ítalo Ferreira, Adam Melling, Wiggolly Dantas, Jadson André, Jordy Smith, Brett Simpson, CJ Hobgood, Davey Cathels e Jonathan González.

Aritz Aranburu mostrou-se bastante consistente na sua bateria contra Stuart Kennedy, Ramzy Boukiham e Carlos Munoz. Mas apesar disso, o atleta do WCT acabou por ser ultrapassado por Stu, que juntou uma pontuação máxima de 12.56. O segundo lugar foi o mais disputado. Inicialmente ocupado por Carlos Munoz, este acabou por cair para quarto, deixando o segundo para Aritz. Mas eis que a surpresa acontece e o surfista da Costa Rica dá a volta por cima. “Foi incrível. O Aritz é um óptimo surfista do WCT, tem um surf incrível. As condições estão um pouco difíceis e as ondas estão muito grandes, está muita corrente. Antes da bateria estive a observar o mar a ver qual era o melhor lugar, mas estava muito difícil. É muito difícil competir cá”, disse à Surftotal.

“Comecei com uma boa onda com um 8.60 e tinha talvez 20 minutos para conseguir fazer outra, mas as condições estavam tão difíceis que não sabes bem qual é que vais apanhar. No final, faltavam 40 segundos, não tinha mais nenhuma onda e já estava muito nervoso e só pensava: ‘ Deus faz com que venha mais uma onda´”, recordou o surfista de 21 anos.

Sobre o momento de alívio quando soube que tinha passado, Carlos não escondeu o entusiasmo. “Já vinha a andar pela praia, triste a pensar que não tinha passado, quando ouvi o 3.70 e gritei: ‘hewww’ nem estava a acreditar.” Munoz é assim. Expressivo por natureza e “um rapaz da praia”. Este ano tornou-se no primeiro surfista da Costa Rica a entrar numa prova do circuito mundial, no Hurley Pro Trestles.  “Para mim significou muito. Nunca nenhum surfista da Costa Rica entrou numa etapa do WCT e competir contra atletas como Medina, Adam Melling logo no primeiro dia foi incrível. Desde pequeno que sonhava estar numa prova destas e ter a oportunidade de competir contra o atual líder do ranking foi incrível. Só me faz pensar no que quero alcançar ainda na carreira. Requer muito trabalho, mas estou muito motivado.”

Amigo de Gony Zubizarreta, surfista espanhol residente em Portugal, desde os quatro anos de idade, Munoz diz que são como unha e carne e agora garante que a turma está a torcer por si. “Eu torço por eles e eles por mim. É uma energia mútua”, diz bem-disposto.

Jeremy Flores, Freddy Patacchia, Nat Young e Vicent Duvignac  também se juntaram à lista de apurados.

“O mar está difícil e bem grande. Não dá para ouvir a situação da bateria, então tens de estar focado e tentar adaptar-te constantemente às condições. Antes de entrar no mar estava difícil de saber onde me posicionar, mas deu tudo certo, consegui achar duas ondas boas e avançar para o próximo round que é muito importante”, disse-nos Caio Ibeli já no final do heat.

A estrear-se no Guincho, Caio terminou a bateria com uma pontuação total de 15.10, fazendo as malas aos conterrâneos Jesse Mendes, que até então estava na liderança do Portuguese Waves Series Cascais Trophy, e a Bernardo Lopes.  “É a primeira vez que estou no Guincho. Vim acompanhar a minha namorada na semana passada [Alessa Quizon] e acabei surfando pela primeira vez aqui e é bem legal. O Guincho tem altas ondas e é muito bom ter um lugar assim com esse potencial, com essas ondas grandes. Que é sempre melhor do que competir em ondas pequenas”, concluiu.

Em seguida foi a vez de Michel Bourez mostrar o poder do Spartan. O taitiano sabe que não precisa de estar aqui, pois não necessita de pontos para a requalificação já que se encontra em 7º lugar no ranking. Mesmo assim optou por vir mais cedo para Portugal para não perder o ritmo e preparar-se para Peniche. “Tivemos agora França e só depois é que teríamos Peniche… assim dá sempre para continuar treinar”, disse no final, após somar 16.33 pontos no total.

Julian Wilson, por seu turno, também não se deixou ficar para trás, terminando com 10.40 pontos totais, tirando do caminho Gony e Jack Freestone.

Amanhã a chamada está prevista para as 9 horas, na praia do Guincho. Fica com os melhores momentos do dia:

Com Patrícia Tadeia

Itens relacionados

Perfil em destaque

Scroll To Top