ÁFRICA: UM OÁSIS PARA FUGIR AO CROWD Julia Overas/Black Star Surf Shop sexta-feira, 08 agosto 2014 14:12

ÁFRICA: UM OÁSIS PARA FUGIR AO CROWD

Com o constante crescimento do número de praticantes de surf, por vezes escasseiam as ondas…

 

O surf explodiu, definitivamente. Estima-se que entre 2001 e 2011 o número de praticantes a nível mundial tenha passado dos 26 milhões para 35. Deste ‘boom’ resulta uma procura enorme por boas ondas, e cada vez mais crowd nos spots mais habituais/acessíveis. Encontrar mais ondas torna-se, pois, imperativo.

 

Pete Jones, ex-campeão europeu de surf, explicou ao Economist que “o surf não é como o golfe. Podes construir mais campos de golfe, mas não podes inventar mais ondas”.

 

Nos melhores spots, o sistema de prioridades é conhecido e existe como um acordo tácito. Todavia, como é sabido, nem sempre funciona de forma eficaz, resultando em episódios de violência verbal ou até física.

 

Em Fiji, há uns anos, existiu a célebre medida que privatizada Cloudbreak. Até há não muito tempo apenas quem ficava hospedado na ilha privada de Tavarua tinha o privilégio de surfar uma das ondas mais famosas do mundo. Isto a troco de 4 mil dólares por dia… A medida impactou negativamente outros negócios na região e em 2010 o governo de Fiji voltou a abrir Cloudbreak ao público.

 

Criar ondas até tem sido tentado, com algum sucesso, quer seja através da construção de recifes artificiais, ou piscinas de ondas. Mas a melhor solução será sempre encontrar novos locais para praticar surf no seu estado mais puro.

 

É aqui que entra a pouco explorada costa africana. Estudos demonstram que em grande parte da costa africana - que se estende por 26 mil quilómetros - abundam as ondas de qualidade - e sem ninguém a surfá-las.

 

E a aposta na costa africana pode e deve ser uma situação boa para toda a gente, em particular para as economias locais. Um exemplo disso é a escola Black Star Surf Camp, inaugurada em 2006 em Busua Beach, no Gana, que tem registado um crescimento enorme ano após ano, com visitantes oriundos da América, Europa e Ásia. Países como a Costa do Marfim ou o Senegal oferecem também boas ondas e ‘crowd zero’.

 

São locais como estes que tendencialmente, num futuro próximo, poderão lucrar com a procura de novos surf spots, onde o stress do crowd não seja uma realidade. 

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